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Policiais recolhem armas durante campanha de desarmamento em Los Angeles, na Califórnia | David McNew/Reuters
Policiais recolhem armas durante campanha de desarmamento em Los Angeles, na Califórnia| Foto: David McNew/Reuters

Defesa

Professores decidem fazer aulas de tiro nos Estados Unidos

O debate sobre as armas de fogo nos Estados Unidos deu um novo giro esta semana com a decisão de dezenas de professores do estado de Utah de fazer aulas de tiro.

O Conselho de Tiro Esportivo de Utah (USSC) isentou os professores da taxa de 50 dólares por aulas de tiro, apoiando a proposta de se armar os educadores. Paralelamente, o procurador-geral do Arizona, Tom Horne, apresentou um projeto de lei para permitir que o diretor e outro funcionário designado de cada escola possam portar armas dentro da instituição, após o devido treinamento na polícia.

Tais propostas se somam ao projeto de lei apresentado na semana passada, no Missouri, para permitir que professores e pessoal administrativo possa portar armas nas escolas. No momento, apenas os estados de Utah e Kansas permitem o porte de armas dentro de instituições de ensino.

O principal grupo pró-armas dos Estados Unidos, a Associação Nacional do Rifle, anunciou ontem que vai encampar uma luta contra o projeto de um tratado internacional para regular o comércio mundial de armamentos, estimado em US$ 70 bilhões, e rejeitou sugestões de que um massacre recente numa escola norte-americana reforçou a necessidade de tal pacto.

A Assembleia-Geral da ONU votou na segunda-feira para retomar as negociações em meados de março sobre o primeiro tratado internacional para regular o comércio de armas convencionais, após uma conferência sobre o tema em julho ter fracassado diante da exigência dos EUA e outros países, que queriam mais tempo. Os EUA apoiaram a votação de segunda-feira da ONU.

O presidente norte-americano, Barack Obama, está sob intensa pressão para endurecer as leis de controle de armas no país após a morte de 20 crianças e seis educadores em uma escola de Newtown, Connecticut, no dia 14 de dezembro.

Sua administração, desde então, reiterou seu apoio a um tratado global de armas que não restringe os direitos dos cidadãos norte-americanos a possuir armas.

Defensores do controle de armas dizem que uma pessoa morre a cada minuto como resultado da violência armada, e que uma convenção é necessária para evitar que armas negociadas ilicitamente apareçam em zonas de conflito e alimentem guerras e atrocidades.

O presidente da Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês), David Keene, disse que o massacre em Newtown não mudou a posição do poderoso lobby de armas dos EUA sobre o tratado. Ele também deixou claro que o governo Obama terá uma luta pela frente se levar o tratado ao Senado dos EUA para ratificação.

"Somos tão contrários a isso hoje quanto éramos quando apareceu pela primeira vez", afirmou.

Keene acrescentou que o pacto poderia exigir que o governo dos EUA aprovasse uma legislação para implantá-lo, o que a NRA teme que pudesse levar a restrições mais rígidas sobre a posse de armas.

No início deste ano, a maioria dos senadores escreveu a Obama pedindo-lhe para se opor ao tratado.

Delegados da ONU e ativistas do controle de armas argumentam que as negociações do tratado em julho desmoronaram em grande parte porque Obama, temendo ataques de seu rival republicano Mitt Romney antes da eleição de 6 de novembro, tentou empurrar a questão para depois da eleição dos EUA.

Pesquisa

A maioria dos americanos (58%) é a favor de leis mais restritivas sobre a venda de armas de fogo nos Estados Unidos, um grande aumento em relação a outubro de 2011, quando apenas 43% entre eles apoiavam a ideia, indicou uma pesquisa publicada pelo jornal USA Today.

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