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Meninas observam flores jogadas em lago de Oslo em homenagem às vítimas dos ataques que deixaram 76 mortos na última sexta-feira | Jonathan Nackstrand/AFP
Meninas observam flores jogadas em lago de Oslo em homenagem às vítimas dos ataques que deixaram 76 mortos na última sexta-feira| Foto: Jonathan Nackstrand/AFP

Extremista deve ficar preso em cadeia de luxo

Anders Behring Breivik, 32 anos, autor confesso do massacre na Noruega, pode ser considerado por muitos uma "pessoa de sorte", pois o sistema prisional norueguês é um dos mais confortáveis do mundo. As informações são da revista Foreign Policy.

A prisão mais nova da Noruega, que deve receber Breivik, parece um acampamento chique. Os arquitetos que a planejaram tentaram evitar a "sensação institucional". Quando foi aberta, em 2010, foi considerada a prisão "mais humana" do mundo. Os guardas não portam armas e são incentivados a serem amigáveis com os internos.

Os presos passam mais tempo fora da cela do que dentro, e são incentivados à prática de exercícios. Há televisões de tela plana nas celas, parede de alpinismo, estúdio de gravação de música e biblioteca.

Noruega pode mudar sistemas de segurança

"Haverá uma Noruega antes e outra depois" do duplo atentado do último dia 22. A afirmação feita ontem pelo premiê norueguês, Jens Stoltenberg, foi recebida como indício de que o país irá reestruturar seus sistemas de segurança, após os ataques perpetratos pelo terrorista Anders Behring Breivik na última sexta-feira, que deixaram ao menos 76 mortos.

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Um monstro da direita

Por muitos anos, um questionário intitulado "Al Gore ou o Unabomber?" circulou por sites conservadores. O questionário colocava lado a lado trechos do ecomanifesto do ex-vice-presidente dos EUA, "A Terra em Balanço", e citações das críticas de Theodore Kaczynki à civilização industrial, pedindo ao leitor que tentasse adivinhar qual era o autor de cada trecho.

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O autor confesso dos atentados de Oslo e da Ilha de Utoya, que deixaram 76 mortos em 22 de julho na Noruega, é provavelmente demente e estava sob efeito de drogas. A avaliação foi feita ontem por seu advogado de defesa, Geir Lippestad, após três dias de encontros e de horas de conversas com o matador.

De acordo com o defensor, Anders Behring Breivik, de 32 anos, é frio, vive em uma bolha e pensa estar em guerra. A análise, porém, não muda os planos da Justiça da Noruega, que estuda processar o assassino por crimes contra a humanidade, ampliando a pena máxima de 21 para 30 anos de detenção.

As declarações de Lippestad foram feitas no início da tarde de ontem, na primeira entrevista coletiva concedida pelo advogado. Visivelmente desconfortável, o defensor explicou que refletiu durante 12 horas antes de aceitar o posto. Desde então, teve sucessivas audiências com seu cliente.

Nos diálogos, Breivik não teria demonstrado nenhum ressentimento por seus crimes. Em lugar de lamentar, perguntou o número de mortos e limitou-se a repetir que eram "necessárias". Para Lippestad, o assassino tem uma visão da realidade "difícil de explicar".

"Ele se vê como um combatente. Diz que começou uma guerra que vai durar 60 anos e demonstra uma espécie de orgulho por isso", explicou. "Por pensar estar em guerra, ele acredita que pode fazer o que fez sem ser penalizado."

Indagado sobre se considera Breivik insano, o advogado respondeu: "Ainda é cedo para dizer, mas o caso todo indica que ele é louco".

"Ele odeia qualquer pessoa que não seja um extremista. Odeia qualquer um que seja democrata e que defenda os valores democráticos", disse.

Lippestad afirmou ainda que o atirador estava sob o efeito de drogas no momento dos ataques, sem revelar quais substâncias seu cliente teria consumido antes dos atentados. "É verdade que ele usa drogas", reiterou.

Embora especialistas em medicina forense da Noruega acreditem de fato que Breivik seja insano, as declarações do advogado foram interpretadas com cautela. Isso porque, pelo Código Penal do país, "psicóticos, inconscientes e retardados mentais" não podem ser condenados por eventuais crimes que cometerem.

Genocídio

Independentemente da estratégia da defesa, a Justiça da Noruega confirmou que pode usar pela primeira vez um artigo da lei antiterrorismo, incluído quando da revisão do Código Penal, em 2005, para enquadrar os atentados de Oslo e Utoya como "crimes contra a humanidade". Em seu parágrafo 102, a legislação estabelece que a definição de genocídio se aplica a quem cometer "ataques diretos contra populações civis", em "ato inumano que cause grande sofrimento ou grave ferimentos para o corpo ou o espírito".

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