Ontem, pelo menos 20 civis fo­­ram mortos a tiros pelas forças de segurança da Síria em Homs, no centro do país, um dia depois da decisão tomada por Damasco de aceitar um plano para pôr fim à repressão, informou o Obser­­vatório Sírio dos Direitos Hu­­manos.

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"Vinte civis foram mortos nes­­ta quinta-feira em diferentes bairros da cidade de Homs, onde o barulho dos tiros ainda podia ser ouvido", indicou a ONG no fim da tarde de ontem. Pouco antes, a organização havia anunciado sete mortes em Homs.

Na quarta-feira, o poder sírio aceitou, sem reservas, o plano que prevê o fim total da violência, a libertação das pessoas presas pela repressão, a retirada das Forças Armadas das cidades e a livre circulação de jornalistas e observadores internacionais antes da abertura de um diálogo político entre o regime e a oposição.

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Apesar disso, a repressão que já causou a morte de cerca de 3 mil pessoas desde meados de março, segundo a ONU, continua. As prisões também continuaram ontem, segundo a ONG. "Mais de 80 pessoas foram detidas ao amanhecer em Deir Ezzor e em locais próximos", explicou o observatório.

Em contrapartida, milhares de sírios fizeram uma passeata em apoio ao presidente Assad na cidade litorânea de Tartus. A televisão pública informou que "milhares de pessoas se manifestaram em apoio à decisão nacional de rejeição a qualquer ingerência internacional".

Ceticismo

Os militantes pró-democracia continuam céticos quanto às "verdadeiras intenções" do go­­verno. "Estamos satisfeitos com os esforços da Liga Árabe para acabar com o derramamento de sangue dos sírios e para nos proteger dos tiros efetuados pelo Exército e forças de segurança, mas duvidamos do regime e da aceitação das cláusulas do plano", declaram os Comitês de Co­­ordenação Local, que organizam os protestos.