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O partido do governo na Turquia, o AK, celebrou nesta segunda-feira sua decisiva vitória na eleição parlamentar, mas um forte avanço nacionalista reduziu sua maioria e poderá conter as reformas essenciais para a candidatura do país à União Européia (UE).

Com todos os votos da eleição de domingo contabilizados, resultados extra-oficiais dão ao Partido da Justiça e Desenvolvimento (AK), de raízes islâmicas, 46,5 por cento. Mas uma oposição mais unida significa que a legenda terá 340 dos 550 assentos do Parlamento, um pouco menos do que detinha antes.

A vitória é um triunfo pessoal do primeiro-ministro Tayyip Erdogan. Político controverso, mas popular, ele convocou a eleição antecipada depois que a elite secular da Turquia, incluindo generais do Exército, bloquearam sua escolha de um aliado para ser o próximo presidente.

O mercado financeiro subiu com muita força após o sucesso do partido pró-negócios. A lira turca atingiu seus níveis mais altos em relação ao dólar em mais de dois anos, e títulos e ações também se elevaram.

O Exército secular, que derrubou o antecessor islâmico do partido de Erdogan há 10 anos, foi contra a candidatura do ministro das Relações Exteriores Abdullah Gul, temendo que ele como presidente provocasse o fim da separação entre religião e Estado.

Erdogan tentou garantir que não acabará com o caráter secular do país, dizendo que governará para todos os turcos e citando Mustafa Kemal Ataturk, considerado o fundador da república moderna da Turquia, em 1923.

"Por favor, estejam certos de que não importa em quem tenham votado, seus votos são valiosos para nós também. Respeitamos a sua escolha...Temos valores comuns e objetivos que nos unem", afirmou ele.

O premiê também prometeu levar adiante reformas políticas e econômicas exigidas pela UA. Mas seu partido não tem a maioria de dois terços no Parlamento necessária para mudar a Constituição turca e terá que trabalhar com legendas de oposição em diversos assuntos.

Os nacionalistas turcos tentarão barrar mais direitos para minorias étnicas e religiosas do país, assim como outras reformas esperadas pela UE. Além disso, devem pressionar Erdogan a mandar tropas para o norte do Iraque, a fim de combater rebeldes separatistas turco-curdos que se escondem lá.

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