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A pequena cidade de Theodore, no estado de Queensland, ficou totalmente isolada e seus moradores tiveram de abandonar suas casas | Daniel Munoz/Reuters
A pequena cidade de Theodore, no estado de Queensland, ficou totalmente isolada e seus moradores tiveram de abandonar suas casas| Foto: Daniel Munoz/Reuters

Frankfurt - Dominados pelo terremoto no Haiti, os desastres naturais fo­­ram particularmente devastadores em 2010, com 295 mil mortos e US$ 130 bilhões em prejuízos. Os números constam do relatório da seguradora alemã Munich Re, divulgado ontem. O ano que passou foi o mais mortífero desde 1983, quando a seca na Etió­­pia, África, deixou 300 mil mortos, segundo o estudo.

No total, a Munich Re contabilizou 950 desastres naturais em 2010, uma cifra muito superior à média dos últimos trinta anos (615 catástrofes anuais, 66 mil mortes por ano).

"O ano foi marcado por um raro acúmulo de terremotos ar­­rasadores e um número elevado de catástrofes vinculadas com o clima, que parece indicar uma continuação do aquecimento glo­­bal", assinala o informe.

As catástrofes mais mortíferas foram o tremor de terra de ja­­neiro passado no Haiti (222,5 mil mortos), a onda de calor e incêndios florestais no verão na Rússia (56 mil mortos) e o terremoto de abril na China (2,7 mil).

Os desastres mais onerosos fo­­ram o terremoto de fevereiro no Chile (US$ 30 bilhões de prejuízos e 520 mortos) e as inundações de julho em setembro no Pa­­quistão (US$ 9,5 bilhões e 1.760 mortos). O tremor seguido de tsunami que atingiu o território chileno provou redução no crescimento do PIB do país.

Os desastres naturais de 2010 deixaram quatro vezes mais vítimas que a média desde 1980 (295 mil mortos contra 66 mil) e causaram mais prejuízos (US$ 130 bilhões contra média de US$ 95 bilhões).

Nos países mais desenvolvidos, as catástrofes foram pouco mortíferas, mas muito onerosas e com graves consequências para as seguradoras.

A Europa Oci­­den­­tal foi sacudida pela tempestade Xynthia em fevereiro (65 mortos; US$ 6,1 bilhões em gastos, um total assegurado em 50%), e os Estados Uni­­dos, por tornados, que provocaram danos de US$ 4,7 bilhões (75% assegurados).

Se os furacões foram relativamente devastadores, o aquecimento dos oceanos, que já não pode ser explicado pelas oscilações naturais e sim pelo aquecimento climático, segundo os am­­bientalistas, promete mais temporadas difíceis nos próximos anos.

Um dos acontecimentos que mais chamou a atenção da im­­prensa, a erupção do vulcão is­­landês Eyjafjallajokull em abril, paralisou o tráfego aéreo europeu durante semanas e acabou custando caro às companhias aé­­reas. Por outra parte, a Munich Re não pode calcular ainda o custo das inundações recentes na Austrália.

A grande concorrente da Mu­­nich Re, a suíça Swiss Re, indicou em novembro que para 2010 es­­perava US$ 222 bilhões em da­­nos e 260 mil mortes.

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