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La Paz – Agravou-se na fronteira entre Brasil e Bolívia o conflito deflagrado pela defesa da brasileira EBX por moradores que não querem que a companhia siderúrgia deixe o país, como exige o governo boliviano. O poderoso departamento de Santa Cruz convocou uma greve geral para hoje.

Uma associação que congrega 56 municípios de Santa Cruz, departamento onde fica a cidade de Puerto Suárez, epicentro do conflito, anunciou que poderia aderir às pressões contra o governo a partir da próxima semana. O presidente desta organização, Jorge Morales, explicou que o movimento "não é para defender a empresa" brasileira como tal, mas as fontes de trabalho eliminadas pela determinação do governo em expulsá-la do país.

O vice-ministro de Coordenação dos Conflitos Sociais, Alfredo Rada, considerou que o conflito de Puerto Suárez, que provocou o fechamento da fronteira entre Brasil e Bolívia na altura de Corumbá, era um instrumento político utilizado para desestabilizar o governo do presidente Evo Morales.

"É uma medida política que está sendo impulsionada pela empresa EBX", sustentou.

Segundo ele, a EBX tem como estratégia exaltar os ânimos dos moradores até que investir na região se torne inviável e que as empresas que tinham pensado em participar da licitação se retirem do país, deixando o caminho livre para a companhia brasileira.

A EBX é acusada de ter violado a Constituição, que proíbe que estrangeiros se estabeleçam a menos de 50 quilômetros das fronteiras.

A empresa brasileira se instalou na zona franca de Puerto Suárez para explorar ferro sem a autorização do governo, que está preparando uma licitação internacional com o objetivo de criar um pólo de desenvolvimento numa área isolada.

O general Isaac Pimentel, comandante da polícia, pediu que o ministério boliviano das Relações Exteriores investigue a entrada de brasileiros em território boliviano para protestar contra a saída da EBX.

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