2,8% das vendas sul-americanas são para a África, porcentual considerado baixo pelo governo brasileiro.
Em troca do fundo de cooperação, a presidente Dilma Rousseff entregou ontem aos chefes de Estado africanos, na abertura da Cúpula América do SulÁfrica (ASA) um pacote de bondades.
Depois de dias de pressão sobre o Brasil para que concordasse com a criação de um sistema de financiamento de projetos de cooperação, a presidente decidiu ser objetiva e ofereceu aos países da região o que chamou de "parcerias concretas": treinamento de professores, vagas para alunos de ensino profissional e superior, ajuda da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e produção de medicamentos.
"Nós aqui falamos a mesma língua porque temos problemas e histórias similares. Mas estou aqui hoje para propor e construir parcerias concretas", afirmou. "Queremos caracterizar essa cooperação e focar mais ainda em áreas que podemos fazer a diferença com a nossa cooperação."
Dilma quer que Brasil ajude os países africanos a formar professores e técnicos na área de agropecuária. Também ofereceu a possibilidade de abrir mais polos presenciais da Universidade Aberta do Brasil, de ensino a distância, em outros países da região além de Moçambique, onde já existe um.
A presidente ofereceu, ainda, a abertura de uma unidade da Fundação Osvaldo Cruz que, em um lapso, chamou de Fundação Osvaldo Aranha , que desenvolve medicamentos e tratamentos para doenças tropicais, e a construção de uma fábrica de retrovirais para tratamento de aids.
As ofertas "concretas" da presidente foram a forma encontrada pelo governo brasileiro de diminuir a frustração causada aos africanos pela recusa de Brasil, Venezuela e Colômbia, especialmente, de evitar a criação do fundo, discutido desde 2009.
A saída diplomática encontrada foi promessa de que será criado um grupo de trabalho para discutir o tema e a demonstração de que, mesmo sem esse mecanismo, o Brasil está disposto a ajudar ainda mais a África.
Em seu discurso, a presidente tentou demonstrar um pouco mais de entusiasmo pela ideia do que transpareceu no dia anterior o seu ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota. "Esse fundo de financiamento terá que ser colocado em pé e aí se definirão os fundings, as participações, e os métodos de liberação de recursos", disse.
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