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Três dias depois da forte explosão que destruiu um dos estacionamentos do Terminal 4 do aeroporto de Barajas, em Madri, as equipes de resgate continuavam procurando os dois equatorianos desaparecidos, mas esgotavam-se as esperanças de encontrá-los com vida em meio aos escombros.

O ataque, o primeiro do ETA (Pátria Basca e Liberdade) desde que o grupo declarou um cessar-fogo permanente em março, suspendeu o processo de diálogo que o governo havia aberto devido à trégua.

As equipes de emergência trabalham sem descanso na retirada das toneladas de escombros produzidas pela explosão, mas na terça-feira ainda era necessário cerca de meio dia de trabalho para chegar ao local onde pode estar o carro de um dos desaparecidos.

``Sabe-se mais ou menos onde eles poderiam estar, pela informação que temos dos familiares, e estamos muito perto do local onde pode estar localizado um dos veículos'', disse a jornalistas o diretor-geral da Polícia e da Guarda Civil, Joan Mesquida.

Os dois desaparecidos estavam dormindo dentro de seus carros, no estacionamento, enquanto esperavam a chegada de familiares.

Embora o conselheiro de Justiça da Comunidade de Madri, Alfredo Prada, tenha afirmado que devem ter sido utilizados entre 500 e 800 kg de explosivos, o ministro do Interior da Espanha, Alfredo Pérez Rubalcaba, disse que ainda é cedo para falar de quantidade.

``O que é evidente é que se tratava de uma bomba muito grande, e de uma autêntica selvageria'', disse na segunda-feira o ministro, que foi ao aeroporto junto com parentes dos desaparecidos.

Com o passar das horas, os responsáveis pelos serviços de emergência admitiam que eram cada vez menores as possibilidades de encontrá-los com vida.

``Mais de quatro andares vieram abaixo, portanto há um peso muito grande em escombros. E há a própria detonação, que pode ter atingido uma temperatura superior a 1.000 graus Celsius, portanto as possibilidades de encontrar alguém com vida são muito, muito remotas'', disse Mesquida.

As equipes vêm retirando lentamente os veículos que ficaram soterrados entre as ruínas do edifício, e o trabalho de retirada dos detritos pode durar muitos dias. Até a manhã de terça-feira, 2.000 toneladas de escombros haviam sido retiradas, de um total estimado em 40 mil, afirmou o serviço de emergência municipal de Madri à RNE.

Se as mortes forem confirmadas, serão as primeiras vítimas fatais do ETA em mais de três anos.

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