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O primeiro-ministro dinamarquês Lars Løkke Rasmussen e o prefeito de Copenhague, Frank Jensen (mais ao fundo) levam flores ao centro cultural e à sinagoga, alvos dos ataques | Olafur Steinar Gestsson/AFP
O primeiro-ministro dinamarquês Lars Løkke Rasmussen e o prefeito de Copenhague, Frank Jensen (mais ao fundo) levam flores ao centro cultural e à sinagoga, alvos dos ataques| Foto: Olafur Steinar Gestsson/AFP

A Dinamarca lembrou neste domingo (14), sob estritas medidas de segurança, o primeiro aniversário dos atentados de Copenhague perpetrados por um jovem dinamarquês radicalizado que matou um cineasta e um homem de origem judaica antes de ser abatido pela polícia.

O primeiro-ministro, Lars Løkke Rasmussen, colocou de manhã uma coroa de flores em frente ao centro cultural e à sinagoga, alvos dos ataques.

“Os dinamarqueses querem viver em paz. É a mensagem mais importante que podemos dar hoje. Não vamos ceder, não vamos renunciar”, disse o primeiro-ministro à imprensa reunida em frente ao centro cultural.

“Sempre houve ameaças sérias contra a Dinamarca. Isso mudou. Mas do nosso lado temos agido, temos reforçado nossos serviços de inteligência e nossa polícia”, garantiu.

O primeiro-ministro e o prefeito também entregaram flores para Bodil Uzan, mas de Dan Uzan, um segurança morto durante o ataque à sinagogaLiselotte Sabroe/AFP

O chefe do governo vai participar de um evento organizado pela associação Finn Nørgaard, que leva o nome do cineasta que morreu em um dos atentados. Esta associação dá apoio a jovens imigrantes.

“Queremos trabalhar para que este ato injustificável que nos tirou Finn não volte a acontecer”, disse à AFP o fundador da associação, Jesper Lynghus. “Copenhaga é agora uma cidade diferente do que era há um ano”, conta.

Uma vigília será organizada durante a noite, entre os dois locais atacados, ligados por uma corrente que vai acender 1.800 velas. Tudo isso com uma presença policial significativa

Em 14 de fevereiro de 2015, Omar El-Hussein, um dinamarquês de origem palestina de 22 anos, atacou com uma arma automática um centro cultural onde ocorria um debate sobre a liberdade de expressão.

Nesta conferência participava o cartunista sueco Larsk Vilks, alvo dos islamitas desde que em 2007 desenhou o profeta Maomé com o corpo de um cão.

No ataque morreu o cineasta dinamarquês Finn Nørgaard, de 55 anos, e três policiais ficaram feridos. O agressor, que conseguiu fugir, matou neste mesmo dia à noite Dan Uzan, um judeu de 37 anos, em frente a uma sinagoga.

- Um lugar no ‘paraíso’ -O jovem foi abatido algumas horas depois num tiroteio com a polícia. Ele havia saído da prisão há pouco tempo, onde cumpriu pena por crime com arma branca.

A investigação tem avançado neste último ano. Agora já se sabe, por exemplo, que Omar El-Hussein jurou lealdade, no Facebook, ao grupo extremista Estado Islâmico (EI).

Pouco antes de sua morte, escreveu uma mensagem a seus “irmãos”, comemorando o fato de já ter lugar garantido no “paraíso”.

Uma rádio afirmou que o agressor levava um exemplar do Corão no bolso quando foi atingido. Mas a polícia nunca comentou publicamente as motivações do ataque.

“Isso pode ser explicado pelo fato de que eles não querem associar o Islã ao terrorismo”, disse Hans Jørgen Bonnichsen, um ex-alto funcionário dos serviços de segurança, citado pela agência Ritzau.

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Durante o ano passado, o tom do debate sobre a integração dos muçulmanos na Dinamarca reforçou consideravelmente, e foi misturado com a política de imigração.

Dinamarca registrou 21.000 pedidos de asilo em 2015, tornando-se - em proporção à população - um dos países europeus com o maior número de refugiados, ao lado de Alemanha, Suécia, Áustria e Finlândia.

Mas o pequeno reino, ex-campeão dos direitos dos refugiados, mudou neste aspecto, sob a influência do Partido do Povo Dinamarquês, anti-imigração.

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