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A Nigéria retirou todos os seus diplomatas da Costa do Marfim depois de um ataque à sua embaixada, na terça-feira, em meio à radicalização da disputa de poder no país.

O presidente Laurent Gbagbo está sob crescente pressão internacional para renunciar, depois de a ONU, a União Europeia, os EUA, a União Africana e o bloco regional Ecowas terem apontado seu adversário Alassane Ouattara como vencedor da eleição presidencial de 28 de novembro.

Ouattara foi inicialmente proclamado vencedor da eleição, mas um tribunal leal a Gbagbo anulou centenas de milhares de votos da oposição, revertendo o resultado em favor do presidente.

Gbagbo se recusa a abrir mão do cargo, mas disse nesta noite que gostaria que um comitê internacional reexaminasse os resultados da eleição para evitar outra guerra civil.

"Não quero uma nova guerra, não quero que mais sangue marfinense seja derramado", disse o presidente na televisão estatal.

Ataque

O chanceler nigeriano, Odein Ajumogobia, disse que todos os diplomatas seriam retirados porque "nossa embaixada na Costa do Marfim foi atacada". Ele não disse quando o ataque ocorreu, nem quem o realizou. Outros cidadãos nigerianos também podem ser retirados, disse o ministro.

O presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, tem sido um dos líderes africanos mais empenhados na renúncia de Ggagbo, e já disse aos EUA que seu país apoiará qualquer sanção que for necessária. Os chefes de Estado da Ecowas se reúnem na sexta-feira em Abuja, capital nigeriana, para discutir a situação na Costa do Marfim.

Diplomatas em Abidjã dizem que a Nigéria teria sido um dos países africanos a oferecerem asilo a Gbagbo caso ele renuncie (o outro foi a África do Sul).

Na última quinta-feira, um protesto contra Gbagbo degenerou em violência perto do hotel Golf, sede do governo paralelo montado pela oposição, protegido pela ONU. Pelo menos 20 pessoas morreram. O governo diz haver 10 policiais e soldados entre as vítimas fatais.

A ONU, entidades de direitos humanos e o grupo de Ouattara dizem que esquadrões paramilitares têm agido em bairros favoráveis ao candidato da oposição. A ONU afirma que pelo menos 50 pessoas já foram mortas e centenas ficaram feridas ou foram levadas de suas casas nos últimos dias.

O governo nega ter usado força excessiva contra os protestos, e diz também que não teve relação com os sequestros e ataques. 'O profissionalismo das forças de segurança nos permitiu evitar um banho de sangue e limitar os danos a pessoas e bens', disse o ministro do Interior, Emile Guirieoulou, a jornalistas na segunda-feira. 'É fácil falar em sequestros (...) sem provas.'

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