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O presidente argentino, Alberto Fernández: segundo o FMI, inflação no país será a segunda maior da América do Sul este ano, atrás apenas da Venezuela
O presidente argentino, Alberto Fernández: segundo o FMI, inflação no país será a segunda maior da América do Sul este ano, atrás apenas da Venezuela| Foto: EFE/Elvis González

A inflação na Argentina continua a não dar trégua e atingiu, em março, 104,3% no período de 12 meses, 1,8 ponto percentual acima da medição interanual de fevereiro, informou nesta sexta-feira (14) o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec).

No terceiro mês do ano, a inflação chegou a 7,7%, acelerando em relação à taxa de 6,6% de fevereiro e acima das expectativas do mercado privado (7%) na última pesquisa feita pelo Banco Central do país.

“Os processos inflacionários tendem a ter uma tendência exponencial quando não há um plano de estabilização, ainda mais se no meio houver um ciclo eleitoral como o que está se aproximando na Argentina”, explicou o economista Diego Giacomini, diretor da empresa de consultoria Economía y Ética, referindo-se à incerteza gerada pelo pleito presidencial de outubro, que inclui um processo de primárias em agosto.

Os bens no mês passado tiveram alta de 7,8% em relação a fevereiro, enquanto os serviços aumentaram 7,4%, números que totalizam 105,7% e 100,2%, respectivamente, considerando o acumulado em 12 meses.

Entre os aumentos registrados em março, destacam-se os dos setores de educação (29,1% mensal e 96% interanual), devido ao início do ano letivo, vestuário e calçados (9,4% e 118,8%, respectivamente), coincidindo com a mudança de estação, e alimentos e bebidas não alcoólicas (9,3% e 106,6%), devido ao encarecimento de carnes, laticínios e ovos, de acordo com o Indec.

“Sabemos, isso nos machuca, nos preocupa, afeta a vida diária e de toda a família”, escreveu a porta-voz da presidência, Gabriela Cerruti, em sua conta no Twitter.

“O número que vemos hoje representa o pior momento do impacto da guerra nos preços internacionais e da pior seca da história do país”, argumentou ela, alegando que “este foi o pior momento e que começou uma tendência descendente”.

Os preços ao consumidor tinham acumulado alta de 94,8% em 2022, em uma forte aceleração em comparação com os 50,9% verificados em 2021.

De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), as pressões inflacionárias continuarão altas na Argentina. Na América do Sul, o país ficou em segundo lugar entre os maiores aumentos de preços projetados no último relatório Panorama Econômico Mundial elaborado pela instituição, com uma inflação de 98,6% em 2023, somente atrás da Venezuela, que tem projeção de 400%.

“Esperamos que a inflação permaneça alta e em níveis muito altos. Ter uma política monetária ajustada, bem como uma política fiscal que esteja de acordo com o que está no programa apoiado pelo fundo, seria particularmente importante”, disse nesta semana a diretora adjunta do departamento de pesquisa do FMI, Petya Koeva.

A última previsão feita pelo setor privado encomendada mensalmente pelo Banco Central argentino apontou que a inflação anual no país será de 110% no final deste ano e 90% em 2024.

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