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Manifestantes protestam contra os acordos feitos com o FMI, em Buenos Aires (Argentina), no dia 17/03/2022, durante negociações entre o governo de Alberto Fernández com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Manifestantes protestam contra os acordos feitos com o FMI, em Buenos Aires (Argentina), no dia 17/03/2022, durante negociações entre o governo de Alberto Fernández com o Fundo Monetário Internacional (FMI).| Foto: EFE / Juan Ignacio Roncoroni

A Argentina aumentou sua dívida externa no ano passado em quase US$ 9 bilhões, um número que vem à tona enquanto o crescente endividamento doméstico está sob escrutínio em um cenário de severas restrições financeiras para o país.

Segundo dados divulgados nesta terça-feira (28) pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec), o estoque total da dívida externa bruta da Argentina com títulos em valor nominal era de US$ 276,694 bilhões no final do quarto trimestre de 2022, US$ 3,879 bilhões a mais do que no terceiro trimestre do ano passado e US$ 8,826 bilhões a mais do que no final de 2021.

Enquanto isso, o "estoque" total da dívida externa bruta da Argentina medido em valor de mercado era de US$ 226,034 bilhões no final do quarto trimestre, US$ 5,335 bilhões acima do terceiro trimestre e US$ 2,845 bilhões acima do quarto trimestre de 2021.

A dívida pública é composta de US$ 81,779 bilhões em empréstimos e US$ 78,911 bilhões em títulos de dívida em valor nominal, mas com um valor de mercado de US$ 29,724 bilhões.

Esta é uma evidência da baixa avaliação de mercado dos títulos soberanos na Argentina, que reestruturou sua dívida em moeda estrangeira com credores privados em setembro de 2020.

Quanto à dívida por empréstimos, a maior parte corresponde ao endividamento com o Fundo Monetário Internacional (FMI), com o qual em março de 2022 o governo do presidente Alberto Fernández selou um acordo para refinanciar vencimentos de cerca de US$ 45 bilhões.

Cenário complexo

Apesar do aumento da dívida externa da Argentina, o foco das atenções neste momento está nos títulos da dívida soberana, que foram atingidos nos últimos dias após a decisão do governo de tomar posse dos títulos nas carteiras dos órgãos estatais como parte de uma estratégia para buscar a estabilidade financeira e cumprir as metas do acordo com o FMI.

O cenário macroeconômico é complexo, com fortes desequilíbrios fiscais, monetários e cambiais, inflação muito alta (102,5% em 12 meses na medição feita em fevereiro), uma grave seca que acarretará prejuízos milionários no campo, e as metas exigentes com o FMI, cujo cumprimento parece cada vez mais desafiador.

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