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Sudaneses celebram o anúncio da vitória do separatismo em plebiscito | Tim Mckulka/AFP
Sudaneses celebram o anúncio da vitória do separatismo em plebiscito| Foto: Tim Mckulka/AFP

Juba, Sudão - A comissão para o referendo no sul do Sudão informou ontem que mais de 99% dos eleitores optaram pela separação do norte do país, em um pleito realizado no início do mês. Milhares comemoraram o anúncio em Juba, a capital do Sudão do Sul. O anúncio definitivo será feito em fevereiro e o novo país poderá proclamar sua independência em 9 de julho.

A votação durou uma semana, no início de janeiro, e foi elogiada por ter sido pacífica e por ter ficado dentro dos padrões internacionais. O referendo era a condição para o acordo de paz de 2005, que encerrou a guerra civil norte-sul, que já durava duas dé­­cadas e matou 2 milhões de pessoas.

Justice Chan Reec Madut, chefe da comissão do escritório do sul, disse que o número de votos úteis nos dez estados foi também de 99%. Ele afirmou que apenas 16 mil eleitores no sul escolheram permanecer unidos com o norte, enquanto 3,7 milhões es­­colheram a independência.

No norte do Sudão, 58% dos eleitores escolheram a independência, disse Mohamed Ibrahim Khalil, presidente da comissão do referendo na região. Cerca de 60% dos eleitores participaram.

Os resultados do referendo, disse Khalil, conduzem a uma mudança de situação. "A mudança abrange apenas a forma constitucional de relacionamento entre norte e sul. Norte e sul es­­tão juntos em laços históricos e geográficos indissolúveis", afirmou.

Se o processo continuar desta forma, o Sudão do Sul pode se tornar o mais novo país do mundo em julho. Demarcação de fronteira, direitos sobre petróleo e status da região disputada de Abyei ainda precisam ser negociados.

O secretário-geral da Organi­­zação das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, elogiou o processo eleitoral, mas disse que muito ainda precisa ser feito. "Nós ainda estamos muito preocupados com questões a respeito do período pós referendo, como a segurança as fronteiras, cidadania, divisão de riquezas, demarcação dos territórios e mais importante, o status de Abyei", disse Ban, quando discursava a líderes africanos na cúpula da União Afri­­ca­­na (UA), em Adis Abeba, capital da Etiópia.

O presidente do Sudão, Omar al-Bashir, não se manifestou.

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