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Hakamada e a irmã, Hideko, ao sair da prisão em Tóquio; e o ex-boxeador ainda jovem | Kyodo/Reuters
Hakamada e a irmã, Hideko, ao sair da prisão em Tóquio; e o ex-boxeador ainda jovem| Foto: Kyodo/Reuters

Precedentes

Outros cinco casos de condenados à morte foram reavaliados

Hakamada protagoniza a sexta vez em que um tribunal japonês decide reabrir o caso de um condenado à morte desde 1949. Dos outros cinco acusados reavaliados, quatro foram absolvidos. A Suprema Corte confirmou a sentença de morte para Hakamada em 1980, mesmo ano em que ele entrou com o pedido de um novo julgamento. Já o último recurso, feito por seus parentes, se baseia nos resultados de exames de DNA, que mostram que as amostras de sangue recolhidas das roupas do assassino não correspondiam ao de Hakamada. O presidente do tribunal, Hiroaki Murayama, aceitou o argumento e afirmou ontem que as mostras de roupa "não eram do acusado", abrindo assim a possibilidade de realmente ter havido manipulação das provas.

78 anos tem hoje Iwao Hakawada, ex-boxeador que ouviu a sentença de morte em 1968. Em 1980, a Suprema Corte do Japão confirmou a sentença, mesmo ano em que ele entrou com um pedido de um novo julgamento.

O japonês Iwao Hakamada ganhou liberdade ontem em Tóquio depois de viver 46 anos no corredor da morte. Um tribunal decidiu revisar seu caso ao levar em conta provas novas sobre o assassinato pelo qual foi condenado.

Hakamada, o homem que passou mais tempo no corredor da morte desde que se tem registro, não mostrava expressão nenhuma ao deixar a prisão na capital japonesa, esperado pela irmã, Hideko, e por vários meios de comunicação.

Horas antes, o Tribunal do distrito de Shizuoka anunciou que analisará as últimas provas de DNA apresentadas pela defesa, que acredita poder demonstrar que ele é inocente do crime, que aconteceu em junho de 1966.

Hakamada, um ex-boxeador de 78 anos que sofre de uma doença mental, foi condenado à pena de morte em 1968.

Ao decidir revisar o caso, o juiz responsável disse ser "injusto" mantê-lo na prisão, ao considerar que "a possibilidade de sua inocência alcançou um grau considerável", em declarações dadas à agência Kyodo.

Sem visitas

A emissora pública NHK, que retransmitiu a saída da prisão ao vivo, revelou que o condenado não recebe visitas há quase quatro anos por causa de seu delicado estado mental.

Segundo um de seus advogados, quando ele foi avisado de que seria libertado "pareceu entender, mas não expressou nenhuma alegria com a notícia".

Ele foi condenado por apunhalar até a morte o dono da pequena fábrica de missô em que trabalhava, a mulher dele e seus dois filhos, e depois incendiar a casa da família.

Inocente

Durante o julgamento e em todos esses anos de prisão, Hakamada sempre se declarou inocente do crime e várias organizações de direitos humanos denunciaram que a investigação foi marcada por todo tipo de irregularidade.

O ex-boxeador disse ter sido coagido pela polícia a assinar uma confissão.

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