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Imagem da prisão de Leopoldo López, em 18 de fevereiro de 2014 | JS/gk/JORGE SILVA
Imagem da prisão de Leopoldo López, em 18 de fevereiro de 2014| Foto: JS/gk/JORGE SILVA

Nesta quinta-feira, dia em que a prisão de Leopoldo López completa dois anos, o líder oposicionista venezuelano ocupa manchetes da imprensa local com uma entrevista concedida de dentro do cárcere. Enquanto diz confiar que sairá em liberdade, López afirmou que “o encarceramento valeu a pena, já que restam apenas algumas horas à ditadura”, em referência ao governo do presidente Nicolás Maduro no país.

Em seu depoimento ao jornal “El Nacional”, o opositor relatou as dificuldades da vida na prisão, principalmente, para a sua família. Casado com Lilian Tintori, que faz uma intensa campanha em favor da sua libertação, López disse que seus filhos, que são crianças, já foram impossibilitados de visitá-lo na prisão.

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“Confesso que me machuca muito ver minha esposa e meus filhos atingidos pela arbitrariedade e isso me enche de frustração e indignação. Lilian, algumas vezes, já disse à nossa filha que eles não podiam entrar porque eu estava na sala de aula. É um consolo saber que a inocências das crianças é uma aliada nestas situações, mas, no fundo, sei que Manuela e Leopoldo, que deu seus primeiros passos nesta prisão, percebem o que está acontecendo”, disse López ao jornal “El Nacional”.

O ex-pré-candidato à prefeitura de Caracas acredita que sua libertação será viabilizada pelas iniciativas da maioria opositora na Assembleia Nacional da Venezuela. Recentemente, o parlamento aprovou a Lei da Anistia em primeira instância, em uma iniciativa que a oposição define como o caminho necessário para acabar com as perseguições políticas no país — e que pode levar à saída de López do cárcere.

Ao mesmo tempo, a bancada oposicionista tem investido em uma ofensiva na busca de mecanismos legais para tirar Maduro do poder, sobretudo depois da deflagração da crise humanitária e econômica que atinge o país.

“Sairei sem ressentimemtos e seguirei lutando pelas mesmas causas porque sempre lutei: o bem-estar e a prosperidade do nosso povo, a defesa da democracia e a liberdade dos venezuelanos. Minha inocência torna a minha prisão insustentável. A nova Assembleia Nacional tem a competência constitucional para decretar a anistia, goste meu carcereiro ou não”.

Detido em fevereiro de 2014, López é acusado de incitação à violência, incêndios criminosos, danos ao patrimônio público e formação de quadrilha durante os protestos contra o governo venezuelano no início de 2014, que deixaram 43 mortos.

Em setembro do ano passado, o líder da oposição foi condenado a 13 anos, 9 meses e sete dias de prisão. A condenação de López, de 44 anos, provocou protestos de muitos de seus apoiadores, que o consideram um bode expiatório, mas também elogios de partidários do governo que o acusam de ser um golpista.

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