Calisto Tanzi construiu império global no setor de laticínios| Foto: Agência EFE
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O fundador do grupo de laticínios Parmalat, o empresário italiano Calisto Tanzi, morreu neste fim de semana aos 83 anos na cidade de Parma, na Itália.

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Ele estava internado desde meados de dezembro por uma infecção pulmonar, não relacionada ao coronavírus, e anteriormente cumpria prisão domiciliar pela pena de 17 anos de prisão devido ao escândalo da Parmalat – a maior falência fraudulenta ocorrida na Europa, até então, em 2003.

A gigante do leite e derivados teve forte presença no Brasil até o início dos anos 2.000 – além de captar e industrializar bilhões de litros de leite, marcou época ao assumir a cogestão do futebol do Palmeiras por quase uma década, na chamada Era Parmalat, que rendeu ao clube  onze títulos, entre campeonatos brasileiros, copas do Brasil e Libertadores. Nessa época, desfilaram pelo clube paulista nomes como Cafu, Djalminha, César Sampaio, Zinho, Rivaldo, Müller, Alex e Paulo Nunes.

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Nascido no município de Collecchio, na região da Emilia-Romagna, em 17 de novembro de 1938, Tanzi fundou aos 22 anos uma pequena empresa de laticínios que rapidamente se tornou uma poderosa multinacional, com 130 fábricas ao redor do mundo.

Parmalat não resistiu a escândalo de bilhões de euros

De um dos empresários italianos mais conhecidos internacionalmente, tornou-se protagonista da maior fraude financeira da Europa em 2003, quando foi descoberto que vinha falsificando as contas da empresa durante anos e acumulou um buraco de 14 bilhões de euros. Na época, a Parmalat empregava cerca de 36 mil pessoas em 30 países.

Foi declarada a suspensão de pagamentos e o escândalo afetou mais de 100 mil investidores em todo o mundo que haviam comprado títulos da empresa.

O empresário alegou então que dezenas de políticos italianos, incluindo o ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, receberam recursos da empresa durante anos em troca de favores à Parmalat.

Tanzi foi condenado a dez anos de prisão por fraude na primeira instância em 2008 e em 2011 o Tribunal de Apelação de Bolonha o condenou a 17 anos.

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