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Curitiba – Valdemar Santos se arrepende dos anos que passou trabalhando como produtor de fumo em Imbituva, na Região Central do Paraná. O ex-fumicultor sofre de polineuropatia, síndrome provocada por intoxicação por agrotóxicos e que causa alterações no funcionamento dos nervos. "Tive de parar de trabalhar em 1999 e fiquei totalmente imobilizado no ano seguinte. Usei cadeira de rodas por três anos e hoje ando com o auxílio de muletas, mesmo com dificuldade."

Aos 41 anos, Santos diz não ter mais como trabalhar porque se sente fraco. O ex-fumicultor processa a empresa Universal Leaf Tabacos. Os motivos, segundo ele, são pelos problemas de saúde ocasionados nos 12 anos de trabalho com o fumo. "Trabalhava com agrotóxicos sem proteção. A responsabilidade é da empresa que fornecia o adubo e o agrotóxico sem treinamento adequado."

Santos diz que escolheu plantar fumo iludido pelos ganhos, em média R$ 18 mil por ano. "Hoje vivo com salário mínimo que não dá nem para comprar a medicação que preciso. Conto com a solidariedade das pessoas."

A advogada de Santos, Vânia Moreira, afirma que um laudo pericial comprova a causalidade entre a doença e a produção de fumo e há provas dos internamentos. "Pedimos a tutela antecipada para que a empresa custeie os medicamentos e exames. Aguardamos também a definição da data do julgamento." A indenização pedida, diz Vânia, é quantia que Santos ganharia por ano nas safras produzindo fumo. "A empresa dá a receita do agrotóxico, mas não acompanha nem treina os produtores para o uso correto." Santos é a favor da ratificação da Convenção-Quadro de Controle do Uso do Tabaco. "A iniciativa é importante para produtores de fumo, como eu, não sofrerem as conseqüências."

A Universal Leaf Tabacos informou que não comenta casos que ainda não foram julgados. (KC)

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