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Policias inspecionam os restos de um carro-bomba que explodiu na cidade portuária de Basra | AFP Photo
Policias inspecionam os restos de um carro-bomba que explodiu na cidade portuária de Basra| Foto: AFP Photo

Rebeldes mataram ontem pelo menos 92 pessoas em uma onda de ataques contra forças de segurança iraquianas, atirando contra soldados em um posto do exército e jogando bombas em uma fila de recrutas policiais que esperavam para se inscrever para vagas de emprego, disseram autoridades do governo iraquiano. No final do domingo, cinco carros-bombas explodiram. Apenas em Bagdá, 32 pessoas morreram e mais de 100 ficaram feridas. A escalada de violência atingiu pelo menos 12 cidades e feriu mais de 285 pessoas.

Nenhum grupo assumiu imediatamente a responsabilidade pelos ataques, mas forças de segurança são um alvo frequente do braço iraquiano da Al-Qaeda, que busca se reerguer, minar o governo e tomar de volta áreas de onde foi expulsa antes da saída das tropas norte-americanas do país no ano passado.

Também ontem, o vice-presidente sunita do Iraque, Tariq al-Hashemi, que fugiu do país em dezembro, foi condenado à pena de morte por um tribunal de Bagdá (leia mais nesta página). É improvável que os ataques de ontem no país tenham sido orquestrados para coincidir com o veredicto do vice-presidente foragido. Mas, juntos, a onda de violência e o veredicto podem dar força aos insurgentes sunitas no Iraque.

Ataques

No ataque mais sangrento de ontem, homens armados invadiram um pequeno posto do exército iraquiano na cidade de Dujail antes do amanhecer, matando pelo menos dez soldados e ferindo outros oito, de acordo com policiais e funcionários de hospitais da cidade vizinha de Balad, cerca de 80 quilômetros ao norte de Bagdá. As autoridades falaram sob condição de anonimato por não estarem autorizadas a divulgar informações.

Horas depois, um carro-bomba atingiu um grupo de recrutas policiais que esperavam em uma fila para se inscrever para vagas de trabalho na companhia estatal Northern Oil, nos arredores da cidade de Kirkuk, no norte do país. O comandante da polícia municipal, brigadeiro general Sarhad Qadir, afirmou que sete recrutas foram mortos e 17 feridos. Segundo ele, todos eram muçulmanos sunitas. Qadir atribuiu o ataque a Al-Qaeda, mas não deu mais detalhes sobre o assunto.

A carnificina se estendeu até o sul do país, onde bombas coladas em dois automóveis estacionados explodiram na cidade de Nasiriyah, dominada por xiitas, 320 quilômetros a sudeste de Bagdá. As explosões ocorreram perto do consulado francês e de um hotel. O diretor-adjunto de saúde local, Dr. Adnan al-Musharifawi, disse que duas pessoas foram mortas e três ficaram feridas no hotel e que um policial iraquiano ficou ferido no consulado. Segundo Al-Musharifawi, nenhum diplomata francês estava entre os mortos.

Em Paris, o Ministério das Relações Exteriores da França disse que "condena com a maior severidade" a onda de ataques no Iraque

Autoria

O Ministério do Interior iraquiano culpou, em comunicado, a Al-Qaeda pelo ocorrido. "Os ataques de hoje aos mercados e às mesquitas são [destinados] a provocar tensões políticas e sectárias", citou. "Nossa guerra contra o terrorismo continua e nós estamos prontos", relata o documento.

O restante dos ataques que provocaram mortes ocorreram por meio de carros-bomba que explodiram desde a cidade portuária de Basra, no sul, até Tal Afar, a noroeste de Bagdá, perto da fronteira com a Síria.

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