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O ataque contra o consulado americano em Benghazi, em 11 de setembro de 2012, que matou o embaixador Chris Stevens e outros três funcionários da representação, não teria tido qualquer ligação com a rede terrorista Al Qaeda ou com outros grupos terroristas.

A afirmação é do "New York Times", que publicou hoje um dossiê em seu site sobre o caso, em que relata entrevistas feitas com fontes líbias "com conhecimento direto sobre o ataque e seu contexto", durante meses de um trabalho investigativo.

Segundo o jornal, o ataque foi conduzido, ao contrário, por combatentes líbios que haviam sido beneficiados pela ajuda logística e militar da Otan (aliança militar ocidental) durante o levante contra o ditador Muammar Gaddafi, morto em 2011.

A motivação, segundo o "NYT", poderia ter sido, de fato, um vídeo satírico sobre o Islã publicado no Youtube - como afirmou, desde o início, a então embaixadora dos EUA na ONU, Susan Rice, hoje assessora de segurança nacional do presidente Obama.

Na época, republicanos exigiram que Rice, que fizera as declarações em telejornais, depusesse no Senado. Para os republicanos, o governo tentava camuflar um ataque da Al Qaeda com a explicação sobre o vídeo.

O embate sobre se o atentado foi ou não uma ação terrorista custou à diplomata sua indicação como secretária de Estado na sucessão de Hillary Clinton.

Líder

As entrevistas do "NYT" teriam apontado como figura central do ataque, o líder miliciano "excêntrico e descontente" Ahmed Abu Khattala. Funcionários americanos envolvidos na investigação sobre as mortes já o consideravam um dos principais suspeitos. Khattala chegou a declarar abertamente que não faz muita distinção entre os EUA e Gaddafi na sua lista de "inimigos infiéis".

O líder miliciano, contudo, não tem ligação com grupos terroristas, e, talvez por isso mesmo, tenha escapado da investigação "in loco" feita por 20 agentes da CIA (inteligência americana).

Ele nega qualquer envolvimento com o atentado, e outros líderes milicianos, por enquanto, têm oferecido álibis para livrar Khattala de uma possível acusação, segundo o jornal.

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