16 réus foram absolvidos, enquanto mais de cinco centenas foram condenados à morte pelo tribunal egípcio. A maioria deles foi presa durante confrontos na província de Minya, sul do país, em agosto do ano passado.
Um tribunal egípcio sentenciou à morte 529 membros da proscrita Irmandade Muçulmana, sob acusações de homicídio e outros crimes, numa forte escalada da repressão ao movimento, que deve contribuir para a instabilidade no país.
Familiares ficaram em frente ao tribunal gritando depois do veredicto a maior condenação em massa à pena capital na história moderna do Egito, segundo os advogados. Em protesto, simpatizantes dos réus atearam fogo a uma escola próxima, segundo a tevê estatal.
A turbulência no Egito vem se aprofundando desde julho, quando o Exército depôs o primeiro presidente democraticamente eleito da história do país, Mohammed Mursi, da Irmandade Muçulmana. As forças de segurança já mataram centenas de manifestantes da Irmandade nas ruas, e prenderam milhares de outros.
A maioria dos réus condenados ontem havia sido presa durante confrontos na província de Minya, sul do país, em agosto. "A corte decidiu sentenciar à morte 529 réus, e 16 foram absolvidos", disse o advogado de defesa Ahmed al Sharif. Os condenados podem recorrer.
A tevê estatal noticiou as sentenças sem fazer comentários, e um porta-voz governamental não respondeu de imediato aos telefonemas feitos pela Reuters. A Irmandade Muçulmana, agora na clandestinidade, respondeu em seu site com a defesa da "queda do regime militar".
As sentenças foram proferidas dias antes de o comandante das Forças Armadas, marechal Abdel Fattah al-Sisi, anunciar oficialmente que será candidato na eleição presidencial deste ano, na qual ele é amplamente favorito.
No julgamento iniciado no sábado em Minya, as acusações envolviam violência, incitação ao homicídio, a invasão de uma delegacia de polícia, lesões corporais e vandalismo contra o patrimônio público e privado.
"Este é o processo mais rápido e o número de sentenciados à morte, o maior, na história do Judiciário", disse o advogado Nabil Abdel Salam, que defende alguns líderes da Irmandade, inclusive Mursi.
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