O primeiro-ministro interino do Egito, Hazem al Beblawi, decidiu hoje (21) colocar o ex-presidente Hosni Mubarak em prisão domiciliar.
Mais cedo, um tribunal do Cairo havia ordenado a libertação do ex-mandatário, por ter expirado o prazo máximo para continuar em prisão preventiva pelas acusações de corrupção.
"No contexto do estado de emergência, o vice-comandante militar emitiu uma ordem para que Hosni Mubarak seja colocado sob prisão domiciliar", diz o comunicado.O Ministério do Interior confirmou que ele ainda não deixou o presídio de Tora, no Cairo, o que só deve ocorrer a partir de amanhã, após uma ordem da Procuradoria.
Mubarak também é indiciado por envolvimento na repressão aos protestos contra seu governo, durante a rebelião que terminou com sua queda. No entanto, o tempo máximo de prisão preventiva neste caso já havia expirado no fim do ano passado.
Ele responderá aos dois processos na prisão domiciliar. No caso de corrupção, ele é acusado de retirar US$ 11 milhões (R$ 26,4 milhões) de verba do jornal estatal "Al Ahram" durante seu governo. A liberação da prisão preventiva se refere a este caso.
O ex-ditador deverá voltar ao tribunal no próximo domingo, em sessão de depoimentos sobre o caso de repressão policial.Comandante do país entre 1981 e 2011, Hosni Mubarak foi um dos ditadores do norte da África retirados do poder durante a onda de revoltas nos países da região conhecida como Primavera Árabe. Após sua queda, o Egito passou por um processo eleitoral que terminou com a vitória do islamita Mohammed Mursi.
Mursi foi deposto em 3 de julho, após uma intervenção comandada pelo chefe militar egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, em resposta a protestos de grupos liberais que acusavam o presidente eleito de autoritarismo e imposição da lei islâmica.
A queda do islamita provocou uma nova crise política, desta vez com protestos da Irmandade Muçulmana, à qual Mursi era filiado, que deixaram mais de 1.200 mortos em 50 dias. O temor é que, após a liberação do ex-ditador, a situação do país se deteriore mais.
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