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Adly Mansour, presidente do Egito (à dir.), e Assad al-Saeed, de Omã, na cúpula da Liga Árabe | Stephanie McGehee/Reuters
Adly Mansour, presidente do Egito (à dir.), e Assad al-Saeed, de Omã, na cúpula da Liga Árabe| Foto: Stephanie McGehee/Reuters

Protestos

Polícia dispara gás contra manifestantes favoráveis à Irmandade

A polícia disparou gás lacrimogêneo ontem para dispersar manifestantes contrários aos julgamentos em massa de membros da Irmandade Muçulmana na cidade de Minya, sul do Egito, disse uma testemunha. Cerca de 700 pessoas fizeram manifestações na Universidade de Minya depois que o líder da Irmandade e outros 682 integrantes do grupo foram a julgamento por conta de acusações que incluem assassinato, um dia depois de mais de 500 simpatizantes do presidente islamita deposto Mohammed Mursi serem sentenciados à morte.

529 membros da Irmandade Muçulmana foram condenados à morte na última segunda-feira por um tribunal egípcio, acusados de homicídio e outros crimes.

Muhammad Badie, líder supremo da Irmandade Muçul­mana, foi ontem a julgamento no Egito ao lado de outros 682 islamitas.

Eles respondem a acusações que incluem homicídio e participação em organização terrorista, forma pela qual o governo classifica a Irmandade.

O julgamento deve ser concluído até 28 de abril, segundo determinado por uma corte.

O início do júri vem um dia depois da condenação à morte de 529 seguidores da organização, no que tem sido visto como a maior sentença de morte coletiva da história moderna do Egito. Essa decisão, porém, pode ser revertida por recurso.

A Irmandade tem sofrido uma política de perseguição desde o golpe que depôs, em 3 de julho de 2013, o presidente islamita Mohammed Mursi.

O governo interino, apoiado pelo Exército, tem detido e julgado seus seguidores, a despeito da forte condenação internacional.

O governo dos Estados Unidos ampliou ontem suas críticas aos julgamentos em massa de membros da Irmandade Muçulmana no Egito e disse ser "inconcebível" que as autoridades egípcias ponham em prática as sentenças de morte dadas a 529 membros do proscrito grupo islâmico.

A porta-voz do Departa­mento de Estado norte-americano, Marie Harf, disse que o modo como o Egito procede em relação aos julgamentos e sentenças de morte terá reflexos no futuro da ajuda dos EUA ao país.

"A imposição da pena de morte a 529 réus, após um sucinto procedimento de dois dias, não pode ser conciliada com as obrigações do Egito para com a lei internacional de direitos humanos, e sua implementação dessas sentenças seria inconcebível", declarou Marie.

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