Pessoas caminham por rua de Caracas diante de uma parede pintada com a figura de Hugo Chávez.| Foto: REUTERS/Jorge Silva

É certo que a oposição na Venezuela terá alguns ganhos nas eleições para a Assembleia Nacional no domingo, mas provavelmente isso não será o bastante para tirar o controle do Legislativo das mãos do presidente Hugo Chávez no 12o ano de sua "revolução" socialista.

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Em comparação com os padrões venezuelanos do passado, a campanha eleitoral tem sido pacífica, embora haja o temor de um levante caso qualquer um dos lados rejeite os resultados.

Chávez - que substituiu Fidel Castro, de Cuba, como o maior incômodo para os EUA na América Latina - tem viajado pela Venezuela em busca de apoio a seus candidatos nesta eleição que antecede a corrida presidencial de 2012.

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"A batalha vai além de 26 de setembro. Seu objetivo final é 2012, onde ganharemos de novo a presidência", disse Chávez, de 56 anos, a simpatizantes durante um de seus vários discursos e comícios diários.

Uma ampla vitória de Chávez provavelmente significará a aceleração e o aprofundamento de sua reestruturação socialista no país, principal exportador de petróleo na América do Sul.

Mas ele poderá também reagir a uma fraca votação no domingo promovendo uma rápida reforma por meio da Assembleia Nacional antes que os novos deputados assumam. Investidores estão preocupados com uma possível mudança política rápida após a eleição.

A popularidade de Chávez tem ficado torno da faixa de 40 e 50 por cento, de acordo com a maioria das pesquisas e análises. O índice é bem inferior aos de anos anteriores, mas provavelmente será o suficiente para garantir que o seu Partido Socialista mantenha a maioria da Assembleia Nacional, que tem 165 assentos.

Os socialistas estão 2 pontos percentuais à frente do recém-formado grupo de oposição Mesa da Unidade Democrática, indicam as pesquisas. Isso, combinado com mudanças nas regras de votação e o mapa eleitoral favorável ao governo, significa que o partido de Chávez entra na eleição como favorito.

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Os partidos de oposição, entretanto, terão ganhos significativos nessa eleição, porque boicotaram a última votação parlamentar, em 2005.

Os candidatos da Unidade Democrática acreditam que o descontentamento do eleitor com o estilo autoritário de Chávez, com as piores taxas de homicídio do mundo fora de uma zona de guerra, com o segundo ano de recessão e com a inflação fora de controle propicia uma chance real de obterem maioria na Assembleia Nacional.

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