Eleição deve fortalecer premier

• 0

Tóquio (AE-AP) – O Japão tem hoje uma das eleições para a Câmara Baixa do Parlamento (o equivalente à Câmara de Deputados) mais importantes da sua história. Se as previsões de vitória do Partido Liberal Democrático (PLD) forem confirmadas nas urnas, Junichiro Koizumi, o primeiro-ministro com pinta de rock star sessentão, sairá com toda a força que esperava. Koizumi terá vencido de uma só vez a oposição e os membros do seu próprio PLD que se opõem às reformas que defende.

Em função da sua força econômica, os desdobramentos políticos no Japão reverberam em várias partes do mundo. Na esfera econômica, trata-se da segunda maior economia do mundo, atrás apenas dos EUA. Para o Brasil, o Japão é o oitavo maior destino das exportações.

Apesar da forte oposição em seu Partido Liberal Democrático (PLD), o primeiro-ministro Junichiro Koizumi convocou eleições antecipadas depois que seu projeto para privatizar o Correio do Japão foi rejeitado no dia 8 de agosto pela Câmara Alta (Senado) que não pode ser dissolvida. Koizumi diz que as eleições serão uma espécie de referendo sobre seu projeto de reforma do sistema postal, que ele defende desde quando assumiu o poder em 2001, e prometeu renunciar se não obtiver a maioria.

O Correio do Japão é uma ampla organização, que tem 25 mil agências em todo o país e 260 mil funcionários. Em contraste, os sete principais bancos do país têm juntos 2.600 agências. Além do serviço de entrega de cartas, o Correio oferece seguros e poupança. Ele é responsável por US$ 3 trilhões em depósitos – de 85% da população japonesa – e sua privatização o tornaria o maior banco do mundo.

Após dissolver a Câmara Baixa, Koizumi retirou o apoio de seu partido a 37 políticos que votaram contra seu projeto e recrutou novos candidatos para concorrer contra "os rebeldes", que se aliaram ao opositor Partido Democrata (PD) ou concorrerão de forma independente. O PD, mais liberal que o PLD, vê as eleições como uma chance para acabar com os quase ininterruptos 50 anos do PLD no poder.