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Ameaça de Berlusconi de retirar seu apoio ao primeiro-ministro da Itália, Mario Monti complica o cenário político no país | AFP Photo/Giuseppe Cacace
Ameaça de Berlusconi de retirar seu apoio ao primeiro-ministro da Itália, Mario Monti complica o cenário político no país| Foto: AFP Photo/Giuseppe Cacace

O resultado da eleição regional da Sicília vai oferecer, nesta segunda-feira (29), pistas sobre o impacto político da ameaça feita por Silvio Berlusconi de retirar apoio ao governo do primeiro-ministro Mario Monti antes da próxima eleição geral, no ano que vem.

Os sicilianos escolheram um novo governo regional no domingo (28), mas a apuração só começou nesta segunda. Uma pesquisa de boca de urna em Palermo, a capital regional, feita pelo canal de TV TRM, indicou a liderança do Movimento 5 Estrelas (M5E), com 26%.

O comparecimento às urnas não chegou a 50% do eleitorado, numa eleição vista como termômetro para a eleição parlamentar esperada para abril.

Os resultados iniciais são aguardados ainda para esta segunda, e todas as atenções estão voltadas para o desempenho da centro-direita e do M5E, que se oferece como uma alternativa aos partidos tradicionais, com promessas de combater o desperdício e a corrupção.

O M5E já teve bons resultados nas eleições municipais de maio, e uma boa atuação na Sicília reforçaria seu status como principal veículo para a desilusão do eleitorado com os grandes partidos.

Mas a ameaça feita no sábado (27) por Berlusconi de retirar seu apoio a Monti complica o cenário político. O bilionário ex-premiê, condenado na semana passada por fraude tributária, atacou as políticas de austeridade fiscal do governo Monti, anunciando que seu partido, o Povo da Liberdade (PDL), pode buscar a destituição do gabinete tecnocrata.

A ameaça, dias depois de Berlusconi anunciar que não vai concorrer novamente ao cargo de primeiro-ministro, ilustra a confusão política na Itália. O próprio PDL está enfraquecido e dividido entre uma facção leal a Berlusconi e um grupo que mantém o apoio a Monti.

Berlusconi foi forçado a renunciar ao governo há quase um ano, no auge de uma crise financeira que ameaçava empurrar a Itália para uma caótica moratória.

Os mercados estão reagindo com nervosismo à incerteza política na Itália, terceira maior economia da zona do euro. Os juros pagos nos títulos públicos do tipo BTP, com vencimento em 10 anos, estão em quase 5%, 345 pontos-base acima dos títulos alemães que balizam o mercado. Neste mês, graças a uma promessa de intervenção do Banco Central Europeu contra a crise, o "spread" havia caído a 313 pontos-base.

A Sicília, região que é sinônimo de desperdício e corrupção, tem um desemprego que alcança quase o dobro da média nacional, e sua economia tem sofrido muito com a recessão na Itália.

A eleição deve refletir o mau humor do eleitorado com os repetidos escândalos políticos, os aumentos de impostos e os cortes de gastos públicos.

Nas pesquisas nacionais, o PDL aparece atrás do Partido Democrático (centro-esqurda) e do Movimento 5 Estrelas. A centro-direita sofre divisões internas em nível nacional e também na Sicília.

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