Cairo (AE/AP/EFE) – O presidente Hosni Mubarak, 77 anos, foi declarado oficialmente vencedor das eleições presidenciais egípcias, mas a legitimidade da votação foi prejudicada pelo baixo comparecimento dos eleitores às urnas. Analistas calculavam antes das eleições que o índice de comparecimento às urnas ficaria em torno dos 30%, que já é um número baixo. Mas o número foi bem menor que o previsto. Apenas 23% dos eleitores registrados votaram nas eleições, realizadas na última quarta-feira, informou a comissão eleitoral egípcia. Em 1999, último pleito para confirmar Mubarak no poder, a participação fora de 80%.

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Mubarak governa o Egito há 24 anos. Ele reelegeu-se para um sexto mandato consecutivo com 88,57% dos votos válidos, anunciou Mamdouh Marie, diretor da comissão eleitoral. O segundo lugar ficou com Ayman Nour, do oposicionista Partido Al-Ghad, com 7,3% dos votos. Noaman Gomaa, do também oposicionista Partido Wafd, ficou na terceira colocação, com 2,8% dos sufrágios.

Acredita-se que o número tenha sido influenciado pelo ceticismo com relação às promessas do governo de que o pleito resultará em amplas reformas democráticas e pela apatia causada pela percepção generalizada de que Mubarak venceria sem transtornos.

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Os partidos de oposição e associações independentes denunciaram várias irregularidades para favorecer Hosni Mubarak, mas a Comissão Eleitoral rejeitou essas alegações.

Trata-se da primeira vez na história que o Egito realizou eleições com candidatos múltiplos. As cinco vitórias anteriores de Mubarak foram obtidas em referendos nos quais os eleitores eram obrigados a optar entre o "sim" e o "não". No entanto, em fevereiro deste ano ele anunciou que permitiria a concorrência de vários candidatos à Presidência, surpreendendo os analistas. Nos próximos dias, Mubarak deve prestar juramento para novo mandato de seis anos, ao término do qual terá 83 anos de idade. A grande maioria dos egípcios entrevistados, de todas classes sociais, havia expressado sua intenção de se abster, diante de uma vitória de Mubarak que parecia inevitável.