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Francisco fez homilia menos política em comparação com os dois primeiros dias de sua visita à Colômbia. | HO/AFP
Francisco fez homilia menos política em comparação com os dois primeiros dias de sua visita à Colômbia.| Foto: HO/AFP

Sob chuva, 1,6 milhão de pessoas assistiram à missa do papa Francisco em seu terceiro dia de visita à Colômbia, neste sábado (9). Desta vez, o pontífice tratou menos dos temas da luta contra as guerrilhas e a necessidade de reconciliação após tantas décadas de guerra, assuntos que tomaram a agenda em Bogotá e em Villavicencio. Ainda assim, seu sermão foi bastante político, e girou em torno de três ideias: “ir ao essencial”, “renovar-se” e “engajar-se”.

O papa chegou atrasado à capital do Departamento de Antioquia, um dos que concentram a maior quantidade de católicos no país, devido ao mau tempo em Bogotá. O trajeto em helicóptero foi trocado pela via terrestre, e Francisco subiu ao altar quase uma hora depois do previsto. O público, que havia madrugado ou acampado desde a sexta-feira à noite, o saudou efusivamente, e o papa recebeu de presente souvenires locais: o poncho e o sombreiro paisas, típicos da região antioquenha.

“É necessário que nos engajemos, ainda que para alguns isso pareça meter-se na sujeira ou manchar-se. Hoje Deus nos pede que tenhamos mais coragem, uma coragem evangélica que deve brotar da consciência de que muitos têm fome e buscam igualdade, porque foram despojados”, disse, num dos pontos principais do sermão.

Em outro trecho, voltou a fazer uma crítica aos religiosos que se distanciam da população e, com isso, se afastam do que considera ser sua verdadeira missão. “É preciso ir ao mais profundo, ao que realmente interessa na vida. Jesus ensinou que a relação com Deus não pode ser um apego frio às normas e às leis, nem apenas o cumprimento de atos e rituais que de nada servem para mudar de fato a vida das pessoas.”

Foi também a missa mais internacional do papa Francisco nesta visita. Estiveram presentes religiosos europeus, norte-americanos, do Equador, Venezuela, Peru e Costa Rica. Também foi organizado um espaço separado para que pudessem assistir à cerimônia cem presos escolhidos de cárceres locais.

Embora a cidade estivesse tomada por fiéis em todos os trechos percorridos pelo papamóvel, e nos dois lares para adolescentes e crianças carentes que o pontífice visitou, nem todos os habitantes de Medellín curtiram a mobilização total da cidade. Um engenheiro protestou formalmente pelo fato de a prefeitura local ter declarado o dia da visita do papa como feriado. “A Constituição garante liberdade de cultos, e declarar dia cívico por conta da visita de um papa vai contra as leis do país”, disse o autor da reclamação, Federico Mejía Posada.

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