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As emissões globais de dióxido de carbono pela queima de combustíveis fósseis chegarão neste ano ao volume recorde de 36 bilhões de toneladas, segundo um relatório preparado por 49 especialistas de dez países, mostrando o fracasso dos governos em conter os gases do efeito estufa responsáveis pelo aquecimento global.

O relatório do Projeto Carbono Global, que reúne a cada ano dados de institutos de pesquisa do mundo todo, foi publicado nesta terça-feira (19) na revista Earth Systems Data Discussions.

A estimativa de 2013 representa um aumento de 2,1% em relação a 2012, e de 61% em relação a 1990, ano-base para o Protocolo de Kyoto, único acordo global que estipula limites para as emissões nacionais de dióxido de carbono (CO2), o principal dos gases do efeito estufa.

O relatório foi publicado enquanto autoridades de quase 200 países estão reunidas em Varsóvia, na Polônia, para uma nova rodada de negociações para a definição de um novo acordo climático que entre em vigor em 2020.

"Os governos... precisam definir como reverter essa tendência. As emissões devem cair substancial e rapidamente se quisermos limitar a mudança climática global a menos de 2 graus Celsius", disse em nota a coordenadora do relatório, Corinne Le Quere, do Centro Tyndall para a Pesquisa da Mudança Climática, da Universidade de East Anglia, na Grã-Bretanha.

Ela se referia ao aumento da temperatura média do planeta em relação aos níveis anteriores à Revolução Industrial. Cientistas ligados à ONU alertam que uma elevação além de 2ºC desencadeará fenômenos extremos como inundações, secas e tempestades.

O relatório mostra que o índice de crescimento das emissões de CO2 se desacelerou ligeiramente em relação aos 2,2% de aumento do ano anterior, mas está apenas um pouco abaixo da média registrada nos últimos dez anos, que foi de 2,7%.

As emissões estão subindo por causa do forte aumento do consumo de carvão, superior a reduções obtidas pelo desenvolvimento de energias renováveis nos últimos anos, de acordo com Glen Peters, coautor do relatório e pesquisador do instituto climático Cicero, da Noruega.

"Embora a sociedade esteja vendo muitos fatos positivos na energia renovável, essa capacidade produtiva ampliada não estão simplesmente deslocando o consumo de carvão", disse Peters em outra nota.

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