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A popularidade do papa Francisco interessa ao presidente dos EUA em tempos de baixa aprovação | Tony Gentile/Reuters
A popularidade do papa Francisco interessa ao presidente dos EUA em tempos de baixa aprovação| Foto: Tony Gentile/Reuters

Sobe

O papa Francisco terminou 2013, ano em que teve início seu pontificado, eleito pela revista Time como a personalidade do ano devido ao reconhecimento mundial por todo seu trabalho de renovação da Igreja.

Desce

Com mais três anos de mandato pela frente, Barack Obama perdeu sua grande popularidade inicial e registrou seus piores índices em dezembro. A aprovação de seu governo teve um índice de 46% em janeiro.

Síria

O conflito na Síria também deve estar em pauta. Hoje ambos têm a mesma opinião, mas discordavam há um ano, quando Obama era a favor de uma intervenção militar e o papa defendia fazer o possível para evitar este cenário.

Constrangimento

Temas polêmicos também vão entrar em pauta durante a visita

Mesmo com o discurso alinhado nas questões relacionadas ao combate à desigualdade, será inevitável que durante o encontro sejam abordados assuntos como as objeções da Igreja Católica a alguns pontos da reforma da saúde de Obama. A disponibilização obrigatória de métodos contraceptivos, por exemplo, foi um assunto já debatido na recente visita do Secretário de Estado americano, John Kerry, ao Vaticano. Esta é uma das questões que têm complicado o relacionamento já tenso entre Obama e a Igreja Católica. Um cenário que poderia melhorar após o encontro do presidente com a mais alta autoridade da Igreja e que também poderia atrair votos para os democratas no ano de eleições ao Senado.

  • Barack Obama vai conhecer o pontífice no próximo mês, quando fará uma visita ao Vaticano

São duas das figuras mais icônicas do novo século, suas respectivas chegadas ao poder foram vistas como uma revolução para as instituições que governam e ambos se comprometeram a lutar contra a desigualdade. O primeiro presidente negro dos Estados Unidos e o primeiro papa latino-americano se conhecerão em março no Vaticano.

Diante de sua atual baixa popularidade, Barack Obama tem muito a ganhar com a visita: sairá na foto junto a um dos líderes mais populares do mundo, que conseguiu convencer tanto os católicos como os que não são com um discurso simples focado na pobreza.

A luta contra a desigualdade é também o carro-chefe do segundo mandato de Obama, que terá em seu encontro com o papa a melhor vitrine e alto-falante para seu propósito de legislatura: reduzir as enormes diferenças econômicas dentro da principal potência do mundo.

"Obama teve uma grande sorte que o Vaticano tenha se voltado aos temas de justiça social tradicionais e deixado em segundo plano defender temas tão divisores como o aborto, o casamento homossexual e métodos contraceptivos", diz Alain L. Sanders, professor do Departamento de Ciências Políticas da Universidade Saint Peter’s em Nova Jersey.

Dessa forma, Obama está se beneficiando da atitude menos beligerante do novo papa em assuntos nos quais suas opiniões divergem e poderá encaminhar o encontro em direção a temas que os unem e pelos quais ambos batalharam muito antes de chegar ao poder: a defesa dos menos favorecidos. A sintonia neste assunto é tanta que o presidente dos EUA citou o papa durante um discurso no mês passado sobre a desigualdade salarial no país.

O cientista político Charles D. Ellison observa: "Esta reunião poderia ajudar a melhorar as relações dos EUA com países como o Brasil e o México, que se sentiram traídos ao tomarem conhecimento sobre a espionagem da Agência de Segurança Nacional (NSA) a líderes estrangeiros. De alguma forma, o papa se transformará em um representante destas nações para Obama".

Além disso, suas respectivas ascensões ao poder não só foram um marco, mas despertaram esperanças de mudança em suas instituições e os transformaram em ícones de um século ainda nostálgico dos grandes líderes morais do anterior, como o recentemente falecido ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela.

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