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Homem armado e mascarado vigia o protesto feito durante um enterro do palestino Arafat Yaradat, morto em uma prisão israelense | Reuters/Darren Whiteside
Homem armado e mascarado vigia o protesto feito durante um enterro do palestino Arafat Yaradat, morto em uma prisão israelense| Foto: Reuters/Darren Whiteside

Fatah promete se vingar pela morte de palestino

Agência Estado

Militantes do grupo Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, um braço armado do Movimento de Libertação Nacional da Palestina (Fatah), prometeu se vingar da morte do prisioneiro palestino, Arafat Jaradat, que eles afirmam ter sido torturado em uma prisão de Israel.

"Este crime horrível não sairá impune e nós prometemos que a ocupação sionista responderá" por esta morte, afirmou o grupo em um folheto distribuído nesta segunda-feira para as pessoas que acompanhavam o funeral de Jaradat, ao mesmo tempo em que membros armados e mascarados observavam o movimento no teto dos prédios, de acordo com jornalistas da AFP que estavam no local.

Milhares de pessoas participaram da procissão funerária para acompanhar o enterro de Jaradat, de 30 anos, morto sob custódia de Israel. As informações são da Dow Jones.

Milhares de palestinos indignados participam nesta segunda-feira (25), no distrito de Hebron, do enterro de Arafat Yaradat, cuja morte em uma prisão israelense no sábado (23) desencadeou uma onda de protestos por toda a Cisjordânia.

O clima de indignação e ódio pelas ruas do povoado levou hoje às ruas não só a população de Sair, onde vivia o falecido, mas também moradores de cidades vizinhas que o conheciam ou que simplesmente querem expressar sua indignação para com Israel, constatou a Agência Efe.

"Mataram-no em cinco dias, o sequestraram para sempre. Meu amor, meu amor... meu irmão!", dizia entre soluços Sabriye Fruj, sentada ao lado do corpo em um sofá, amparada por seu marido e por outros membros da família.

Yaradat, detido por atirar pedras, morreu na prisão israelense de Meguidó, na baixa Galileia, do que o Serviço de Prisões qualificou em um princípio de infarto.

A autópsia, realizada no Instituto Legista de Abu Kabir, em Tel Aviv, sob a supervisão de um médico palestino, só colocou mais lenha na fogueira.

Segundo o médico Saber Al-Aloul, diretor do Instituto Palestino de Medicina Legista e professor da Universidade Al Quds, o cadáver apresentava hematomas e duas fraturas nas costelas que indicam que Yaradat foi torturado por Israel.

Por sua vez, os dois médicos israelenses que coordenaram o procedimento asseguram que os indícios não são conclusivos porque os machucados e as fraturas das costelas podem ter sido causados durante as tentativas de reanimação.

Um comunicado do Ministério da Saúde de Israel pedia ontem à noite para esperar os resultados dos exames toxicológicos e microscópicos para estabelecer as razões da morte.

"Isso não é só um crime, é um grande assassinato", disse uma prima do morto, que relatou à Efe que "a prisão de Meguidó é conhecida por suas torturas".

Segundo a fonte, quando os soldados o prenderam na semana passada em sua casa em uma batida noturna, disseram à família: "Despeçam-se dele porque não vão voltar a vê-lo".

Centenas de palestinos em cima de telhados e varandas seguiam a procissão fúnebre em Sair, liderada por um primeiro grupo de homens e um segundo de mulheres e meninas que levavam uma fotografia do morto coberta com flores.

O corpo ficou exposto esta manhã em uma sala próxima ao posto de gasolina onde trabalhava Yaradat.

Cinco milicianos com o rosto coberto pela tradicional kafiah palestina davam de tempos em tempos tiros para o alto, em protesto que não reduziu os repetidos gritos de "Asa Akbar" (Alá é grande").

As lojas do povoado estavam fechadas em sinal de luto e várias bandeiras palestinas e das distintas facções foram expostas por suas ruas.

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