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O sequestro de dois trabalhadores de uma fábrica de papel no sul da Colômbia esteve a ponto de causar a suspensão do atual processo de libertação de reféns da guerrilha Farc, disse nesta quinta-feira o presidente do país, Juan Manuel Santos.

Se Santos tivesse decidido reverter o processo, três militares e um político teriam de permanecer por tempo indeterminado no seu cativeiro da selva. A guerrilha anunciou em dezembro que os libertaria unilateralmente junto com o vereador Marcos Baquero, solto na quarta-feira passada.

Os reféns estão sendo entregues pouco a pouco a uma missão humanitária comandada pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha e pela ex-senadora Piedad Córdoba, com apoio logístico brasileiro.

Horas depois da libertação de Baquero, vereador da localidade de Garzón, dois trabalhadores de uma fábrica de papel foram sequestrados por guerrilheiros do Departamento do Cauca.

"Fiquei tentado a suspender as libertações dos sequestrados porque é totalmente inaceitável que as Farc por um lado estejam libertando sequestrados, como um gesto de generosidade, e por outro lado sequestrando compatriotas, isso é totalmente inaceitável", disse Santos em um ato de governo.

"Não vamos suspender as libertações porque não quero frustrar essa emoção e essa esperança que as famílias desses sequestrados que vão ser libertados estão vivendo, mas o que sim quero dizer é que esse jogo duplo, essa moral dupla, é totalmente inaceitável", acrescentou.

Desde 2008 as Farc vêm libertando reféns unilateralmente no começo de cada ano, o que segundo analistas serve para manter o grupo em evidência e melhorar sua imagem.

A guerrilha chegou a ter em seu poder mais de 60 reféns de caráter político, mas a partir de domingo, quando terminar a entrega da atual leva, restarão apenas 15 militares capturados em meio a combates e ofensivas.

Desde 2008, 15 reféns foram soltos unilateralmente, enquanto outros fugiram pela selva, e 19 foram resgatados em operações do Exército, inclusive a ex-candidata a presidente Ingrid Betancourt.

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