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Enviado especial da ONU e da Liga Árabe Kofi Annan (à esquerda) fala à imprensa ao lado do secretário-geral da liga, Nabil al-Arabi | AFP PHOTO/GIANLUIGI GUERCIA
Enviado especial da ONU e da Liga Árabe Kofi Annan (à esquerda) fala à imprensa ao lado do secretário-geral da liga, Nabil al-Arabi| Foto: AFP PHOTO/GIANLUIGI GUERCIA

O ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan, enviado especial da entidade e da Liga Árabe para a questão da Síria, disse nesta quinta-feira que pedirá ao presidente sírio, Bashar al-Assad, e aos seus inimigos para interromperem a violência e buscarem uma solução política para um conflito que já dura um ano.

A crise levou o vice-ministro do Petróleo a se bandear para a oposição, tornando-se a primeira autoridade civil de alto escalão a fazê-lo. Em outro sinal da crescente pressão sobre a Síria, a moeda local se desvalorizou 13 por cento em 24 horas, segundo cambistas em Damasco, devido a temores de uma ação militar dos Estados Unidos.

"Assim que eu for para a Síria, faremos o que pudermos para insistir e pressionar pelo fim das hostilidades e encerrar o assassinato e a violência. O povo sírio merece (uma situação) melhor. Esse é um povo antigo e corajoso", disse Annan no Cairo. Ele chega no sábado a Damasco.

"Mas claro, em última análise, a solução reside em um acordo político. Pediremos ao governo e a um amplo espectro de oposição síria a se unir para trabalhar conosco a fim de encontrar uma solução que respeite as aspirações do povo sírio", afirmou.

Após se reunir no Egito com o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil Elaraby, Annan disse que qualquer militarização adicional da crise síria irá "agravar a situação" no país.

"Espero que ninguém esteja pensando muito seriamente em usar a força nesta situação. Creio que qualquer militarização adicional vai piorar a situação", disse.

A China, um dos poucos aliados externos de Assad, disse que seu enviado especial transmitiu uma mensagem semelhante aos anfitriões sírios e os estimulou a permitir o acesso de agências humanitárias a áreas conflagradas, o que também foi o foco de uma visita ao país da coordenadora da área humanitária da ONU, de Valerie Amos.

Na quarta-feira, a Síria deu "boas-vindas" à iniciativa chinesa, salientando a oposição de Pequim à interferência nos assuntos do país.

A China vem tentando se contrapor às acusações árabes e ocidentais de que ela, junto com a Rússia, estaria estimulando a repressão de Assad a manifestantes pró-democracia, por terem vetado duas resoluções do Conselho de Segurança que criticavam o regime.

A Organização das Nações Unidas estima que mais de 7.500 pessoas já morreram no confronto, que contrapõe uma força governamental de 300 mil soldados, policiais e milicianos da seita alauita a manifestantes pacíficos e rebeldes com armas leves, a maioria dos quais ligados à maioria sunita.

Em um vídeo divulgado no YouTube, o vice-ministro do Petróleo, Abdo Hussameldin, de 58 anos, anunciou a sua decisão de "aderir à revolução desse povo digno". Não foi possível confirmar a autenticidade do vídeo.

Ele disse que passou 33 anos no governo, mas não deseja encerrar sua carreira "servindo aos crimes desse regime". "Preferi fazer o que era correto, embora eu saiba que este regime irá queimar minha casa e perseguir minha família", acrescentou.

O líder do grupo oposicionista Conselho Nacional Sírio, Burhan Ghaliou, elogiou Hussameldin pela deserção, mas disse que seu grupo não está em contato com ele. "Gente do governo precisa continuar aderindo à oposição", afirmou à Reuters.

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