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Às vésperas das eleições presidenciais no Equador, o presidente Daniel Noboa decretou neste sábado (12) estado de emergência em sete províncias do Distrito Metropolitano de Quito, em parte da província de Azuay e em todas as unidades prisionais do país. A medida, que terá validade de 60 dias, surge em meio a um cenário de crescente violência e tensão social, e inclui toque de recolher, limitações à mobilidade e suspensão de garantias constitucionais.
O estado de exceção vem horas após outro anúncio de Noboa, que fechou as fronteiras terrestres do país para impedir a entrada de estrangeiros durante o segundo turno como medida de segurança para reduzir o risco de possíveis ataques de gangues criminosas durante a votação.
O decreto de exceção abrange as províncias de Guayas, Los Ríos, Manabí, Orellana, Santa Elena, El Oro e Sucumbíos, além da capital Quito e do município de Camilo Ponce Enríquez, em Azuay. Também estão sob regime de exceção os centros de detenção que integram o Sistema Nacional de Reabilitação Social do Equador, onde nos últimos anos ocorreram violentos confrontos entre facções criminosas rivais.
Uma das principais medidas é o toque de recolher, que será imposto em 22 municípios entre 22h e 5h. A capital, Quito, está fora dessa restrição específica, embora outras limitações sigam valendo na cidade.
O presidente também autorizou a mobilização das Forças Armadas e da Polícia Nacional para reforçar a segurança nas regiões afetadas. O país está sob a classificação de "conflito armado interno" desde janeiro, quando Noboa intensificou o combate às organizações criminosas, designando-as como grupos terroristas.
Segundo o governo do Equador, o estado de emergência é justificado por uma "grave comoção interna", alimentada pelo aumento da criminalidade e da violência, especialmente nas áreas e penitenciárias sob intervenção. O Palácio de Carondelet argumenta que os dois meses de vigência do decreto são essenciais para permitir a atuação das forças de segurança e restabelecer a ordem pública.
A crise de segurança no Equador se insere em um momento decisivo para o futuro político do Equador. Neste domingo (13), mais de 13,7 milhões de eleitores estão convocados às urnas para escolher entre a continuidade de Noboa, que busca um mandato completo até 2029, ou o retorno do correísmo com Luisa González, candidata que pode se tornar a primeira mulher eleita presidente na história do país.
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