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As máquinas a vapor que deram origem à Revolução Industrial, em meados do século 18, usavam o combustível mais abundante da época – o carvão mineral. "Sua fumaça negra era tão densa que poderia ser vista pairando sobre as cidades inglesas a quilômetros de distância e, em alguns casos, bloqueava por completo os raios de sol", escreve a jornalista norte-americana Sonia Shah em A História do Petróleo.

No livro, ela conta que a soberania do carvão só terminou no século 20, quando o óleo negro remodelou a vida de boa parte da humanidade. O que não significa que o consumo de carvão tenha diminuído. Em termos de poluição atmosférica, ele segue imbatível em pleno século 21: de cada 100 toneladas de carbono emitidas no mundo, a queima de petróleo responde por 32, e a de carvão, por 36. Sua exploração também continua mortífera. Há uma semana, 92 operários morreram em uma mina chinesa; desde janeiro, foram mais de 1,9 mil mortos em acidentes similares.

Ao contrário do que ocorre nas termelétricas dos Estados Unidos e da China, a participação do carvão na geração de eletricidade é pequena no Brasil. Por aqui, ele é mais usado na indústria siderúrgica, sendo base de 70% da produção nacional de aço – o restante é feito à base de sucata metálica (25%) e carvão vegetal (5%). Mas, quando o governo federal defendeu a troca de todo o carvão mineral pelo vegetal, o Instituto Aço Brasil logo contra-atacou, alegando que isso seria inviável por questões técnicas e econômicas. Embora "atrativa sob o ponto de vista ambiental", a substituição completa teria "aplicação restringida por questões relacionadas a escalas produtivas, logística de transporte de madeira e elevadas exigências de áreas para plantio", disse o instituto.

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