• Carregando...
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, fala durante uma coletiva de imprensa à margem da Cúpula dos Líderes do G20 em Bali, Indonésia, em 16 de novembro de 2022.
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, fala durante uma coletiva de imprensa à margem da Cúpula dos Líderes do G20 em Bali, Indonésia, em 16 de novembro de 2022.| Foto: EFE

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse nesta terça-feira (22) que seu país lançará "o mais breve possível" uma operação terrestre, "com tanques e soldados", contra as milícias curdas, que intensificará a operação aérea e de artilharia implantada durante o fim de semana no norte da Síria e do Iraque.

"Há alguns dias estamos atacando os terroristas com nossos aviões, canhões e armas (...) Saibam que, logo que possível, erradicaremos todos, juntamente com os nossos tanques e soldados e nossos amigos que marcharão conosco", declarou Erdogan, ao inaugurar uma barragem no Mar Negro, no nordeste do país.

Ao falar em “terroristas”, Erdogan se referia aos membros da milícia curda Unidades de Proteção do Povo Sírio (YPG) e do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), guerrilha curda na Turquia.

Ancara considera os dois grupos uma única organização terrorista, que responsabiliza pelo atentado a bomba de 13 de novembro no centro de Istambul, que causou seis mortes e deixou 81 feridos, embora tanto o YPG quanto o PKK neguem separadamente qualquer envolvimento no ataque.

Erdogan voltou, porém, a insistir na versão das autoridades do seu país, já que conhecem "a identidade de cada um dos terroristas desta zona".

Em uma clara ação de retaliação, a Turquia lançou uma operação de bombardeio contra militares curdos nas fronteiras síria e iraquiana no dia 19, que, segundo o ministro da Defesa turco, Hulusi Akar, continuam e ameaçam uma escalada de ataques e violência nas fronteiras com os dois países árabes.

No dia anterior, um ataque com míssil disparado da Síria causou duas mortes e seis feridos no sul da Turquia.

Em seu discurso inaugural na represa e usina hidrelétrica de Yusufeli, Erdogan lembrou as vítimas - uma criança e uma professora - desse ataque, pelo qual também culpou as milícias curdas, e advertiu que "nem uma gota de sangue derramada por esses irmãos irá para o lixo".

Em uma aparente mensagem dirigida aos EUA, embora sem menciona-los, o presidente turco voltou a criticar indiretamente o apoio americano ao YPG, com o qual uma coligação internacional está combatendo o grupo jihadista Estado Islâmico (EI).

As autoridades turcas "sabem quem está patrocinando esses terroristas", disse Erdogan.

"Fizemos a nossa parte cumprindo todos os acordos relativos à segurança das nossas fronteiras sírias (...) De agora em diante, só há uma medida para nós, só há um limite. É a segurança do nosso país, dos nossos próprios cidadãos", enfatizou.

“Aqueles que vêm de milhares de quilômetros, para sua própria segurança, devem entender esse nosso direito”, acrescentou o presidente turco.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]