O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, advertiu que mesmo um pequeno erro de cálculo envolvendo as tensões na península coreana pode se transformar em uma "situação incontrolável".
Ban quer que a Coreia do Norte baixe o tom de sua "retórica provocativa". O governo norte-coreano pediu ontem que todas as empresas e turistas estrangeiros deixem a Coreia do Sul, afirmando que Pyongyang e Seul estão à beira de uma guerra nuclear. A nova ameaça parece ser uma tentativa de manter a região em suspense sobre as reais intenções do governo norte-coreano.
Ban, que foi ministro de Relações Exteriores da Coreia do Sul, também pediu que Pyongyang retome as atividades no parque industrial de Kaesong, que fica perto da fronteira, em território norte-coreano. Pyongyang retirou ontem mais de 50 mil trabalhadores do local.
Falando com jornalistas em Roma, Ban disse que o projeto "não deve ser afetado por considerações políticas. Esta é uma questão puramente econômica." Ele disse que as tensões são "muito perigosas" e pediu contenção. "Se qualquer pequeno incidente for causado por erro de cálculo ou de julgamento, pode criar uma situação incontrolável", afirmou.
"Eu falei com a liderança chinesa e vou discutir isso com o presidente Barack Obama na quinta-feira", acrescentou ele. "O nível de tensão na península coreana não é útil para ninguém", afirmou Ban, acrescentando que todos os lados devem "acalmar as tensões e iniciar o diálogo".
Improvável
Para analistas, um ataque direto contra Seul é extremamente improvável e não há sinais de que o Exército norte-coreano, composto por 1,2 milhão de soldados, esteja se preparando para a guerra, muito menos um conflito nuclear. O Exército sul-coreano informou que houve movimentação de mísseis na costa Leste da Coreia do Norte, mas não há nada que indique a Coreia do Sul como alvo.
"A situação na península coreana está avançando para uma guerra termonuclear em razão das ações cada vez mais indisfarçavelmente hostis dos Estados Unidos e de seu fantoche belicista, a Coreia do Sul", diz um comunicado do Comitê de Paz Ásia Pacífico da Coreia do Norte, organização que cuida de questões regionais.
O comunicado é semelhante a ameaças anteriores que os analistas entendem como uma tentativa de elevar a ansiedade em capitais estrangeiras.
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