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Mais de mil pessoas, entre elas centenas de crianças, eram forçadas a trabalhar como escravas em um brutal esquema de tráfico de pessoas descoberto na China, informou a polícia nesta sexta-feira - um caso que vem causando revolta no país.

Nos últimos dias, mais de 500 pessoas já foram resgatadas de olarias e minas de carvão em duas províncias chinesas, onde eram tratadas com crueldade, de acordo com fontes oficiais.

Os trabalhadores libertados apresentavam marcas de espancamento e estavam famintos. Entre eles, crianças de até oito anos de idade, forçadas a trabalhar longas horas em péssimas condições. As investigações apontam para um possível envolvimento de autoridades locais no esquema.

Pelo menos um homem foi espancado até a morte, confessou o capataz de uma olaria ouvido pela televisão local. Alguns relatórios afirmam que o comércio de escravos vinha acontecendo desde março passado - ou até mesmo há anos.

"Já resgatamos mais de 200 pessoas até agora, incluindo cerca de 40 crianças", declarou um oficial do departamento de Segurança Pública da província de Henan, que se identificou apenas pelo sobrenome Dang.

"Elas eram seqüestradas e vendidas para olarias nas províncias de Shanxi e Henan", explicou.

Li Fulin, vice-diretor da Segurança Pública em Shanxi, afirmou em um comunicado que diferentes ações da polícia já haviam libertado mais 251 pessoas. A agência de notícias Xinhua informou que outras 80 foram resgatadas na mesma província.

Autoridades das duas províncias declararam que as investigações continuam e que a intenção é libertar centenas de pessoas que, acreditam, ainda estejam escravizadas.

"É difícil estimar o número de pessoas desaparecidas antes que as investigações cheguem ao fim, mas há provavelmente mais de mil", disse Dang.

O escândalo deixou alarmados os altos escalões do Partido Comunistas chinês, enquanto ordens para resolver a situação vinham diretamente do presidente Hu Jintao e do Premier Wen Jiabao nesta sexta-feira.

No entanto, nenhum comentário por parte dos dois líderes foi divulgado ainda.

A polícia da província de Henan informou que pelo menos 120 pessoas foram presas durante a operação, iniciada depois que algumas famílias lançaram uma campanha na internet pedindo ajuda para encontrar seus filhos.

A operação, que investigou 7.500 olarias e carvoarias suspeitas de empregar mão-de-obra escrava em seus fornos, envolveu mais de 35 mil policiais na província de Henan, segundo informações da Xinhua. As autoridades de Shanxi pretendem lançar uma ofensiva semelhante.

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