As cortes espanholas aprovaram nesta quinta-feira (10) as duas emendas da reforma judicial que dão proteção especial ao rei Juan Carlos, a sua esposa Sofia, a rainha Letizia e a princesa da Astúrias, Leonor. Com isso, eles só poderão ser julgados pelo Tribunal Supremo espanhol e não mais por esferas inferiores da Justiça da Espanha.

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As duas emendas foram propostas porque, após abdicar do trono espanhol, Juan Carlos poderia sofrer ações em qualquer esfera judicial espanhola. Com isso, ele poderia responder a dois processos de paternidade que estão parados na Justiça desde a época em que ele era rei.

A nova lei não atinge seu filho, Felipe VI, o atual rei do país, porque, como rei, ele já não pode ser julgado por nenhum tribunal, a não ser o Supremo.

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O primeiro-ministro, Mariano Rajoy, foi quem sugeriu as emendas que foram votadas, de maneira emergencial, pelo Parlamento em duas votações.

O Parlamento da Espanha aprovou uma lei nesta quinta-feira para proteger o ex-rei Juan Carlos de ações judiciais em tribunais civis e criminais espanhóis, incluindo dois processos de paternidade ajuizados em 2012 e 2013, e, assim, conter mais danos ao abalado prestígio da monarquia.

A legislação especial para proteger Juan Carlos, que abdicou em 2 de junho em favor de seu filho Felipe, foi aprovada no Parlamento espanhol em junho, graças à maioria do centro-direitista Partido Popular (PP). Nenhum outro partido endossou a medida.

Os dois processos de paternidade foram desconsiderados por causa da imunidade de Juan Carlos como monarca, mas um deles é objeto de recurso. O espanhol Alberto Sola Jiménez e a belga Ingrid Jeanne Satiau afirmam ser seus filhos, de acordo com a imprensa espanhola.

O rei Felipe VI, de 46 anos, foi empossado na semana passada. A sucessão real foi vista como tentativa de recuperar o prestígio da monarquia espanhola, abalada por vários escândalos.

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No mês passado, um tribunal espanhol formalizou a acusação de fraude fiscal e lavagem de dinheiro contra a infanta Cristina --irmã de Felipe-- e o marido dela, Iñaki Urdangarin.

Pesquisas mostram que os espanhóis estão muito preocupados com os problemas do país e o clima atual é de desconfiança em relação àqueles que estão no poder, já que a Espanha sofre as consequências de uma crise econômica longa e os casos de corrupção de políticos se acumulam nos tribunais.