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Os principais partidos políticos da Espanha transformaram, neste sábado (22), seus atos eleitorais em uma celebração pelo anúncio do final do terrorismo da ETA com uma homenagem a suas vítimas.

Em um ato em San Sebastián (País Basco, norte da Espanha), o primeiro após o anúncio da ETA na quinta-feira, o candidato socialista à Presidência do Governo, Alfredo Pérez Rubalcaba, pediu o fim do independentismo basco no terreno político.

"Agora lhes tiramos as bombas e a partir de hoje temos que tirar-lhes os votos com a força da democracia", disse Rubalcaba visivelmente emocionado.

No próximo dia 20 de novembro, a Espanha realizará eleições gerais, às quais as forças da esquerda independentista basca querem concorrer dentro da coalizão Amaiur.

Ao se dirigir às viúvas de vítimas da ETA, Rubalcaba reconheceu que a derrota do terrorismo chegou tarde para elas. O candidato socialista esteve acompanhado pelo presidente regional basco, Patxi López, que advertiu que os democratas "não devem nada à ETA".

Por sua parte, o presidente do conservador Partido Popular (PP), o principal da oposição na Espanha, Mariano Rajoy, pediu "prudência" e afirmou que é o momento de "ter grandeza" e "estar à altura das circunstâncias", com a "união de todos os democratas".

Rajoy destacou que se trata de uma "uma vitória da sociedade espanhola, e esta vitória será completa quando a ETA se dissolver de forma irreversível".

Algumas vítimas voltaram a reivindicar hoje um final da violência da ETA "sem concessões".

"Para nós, como vítimas do terrorismo, o fato de que ninguém mais possa engrossar a lista de mortos constitui não um triunfo, mas um alívio", ressaltou o Coletivo de Vítimas do Terrorismo do País Basco em comunicado.

No entanto, esse grupo expressou sua oposição a que "a derrota da ETA se transforme no triunfo de seu projeto político e que a impunidade dos crimes seja a moeda de troca de um comunicado feito quando a organização se encontrava asfixiada e derrotada".

A ETA anunciou na quinta-feira passada, a um mês exato da realização das eleições gerais na Espanha, "o fim definitivo de sua atividade armada" cinco décadas após sua criação, nas quais assassinou a mais de 850 pessoas em sua luta pela independência do País Basco.

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