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A família real espanhola | ACO/JQ/POOL
A família real espanhola| Foto: ACO/JQ/POOL

A Casa Real sabia dos negócios de Iñaki Urdangarin, genro do então rei da Espanha Juan Carlos I, afirmou neste domingo (10) Diego Torres, um dos principais acusados em um mega processo por corrupção que ameaça a já deteriorada imagem da monarquia.

“A Casa Real era informada, sabia, o supervisionava e ocasionalmente até colaborava”, afirmou Torres, ex-sócio de Urdangarin, em entrevista divulgada neste domingo à noite pelo canal de televisão La Sexta.

Na segunda-feira (11) pela manhã será aberto em Palma de Mallorca um julgamento por corrupção com 18 acusados, liderados por Urdangarin e Torres, suspeito de ter desviado mais de 6 milhões de euros dos cofres públicos entre 2004 e 2006.

Entre os acusados também está a mulher de Urdangarin, a infanta Cristina, segunda filha de Juan Carlos I e irmã do atual rei Felipe VI, por suposta fraude fiscal em relação a centenas de euros que teriam sido obtidos de forma ilícita.

Na época, o chefe de Estado ainda era Juan Carlos I, que abdicou em junho de 2014 com baixíssima popularidade por causa de uma série de escândalos.

Durante o processo, Urdangarin se esforçou em desvincular a princesa Cristina, o rei Juan Carlos e a Casa Real de todos os seus negócios.

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O candidato a presidência da Catalunha, Carles Puigdemont, prometeu neste domingo, em seu discurso prévio à candidatura, lançar um processo de secessão nessa região do nordeste da Espanha.

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Torres garante, contudo, que pessoas vinculadas ao antigo monarca interviam nas atividades do Instituto Nóos, entidade sem fins lucrativos que aparece no centro deste caso, e indicaram a ele e a Urdangarin como gestores. “Tenho 300 e-mails relacionados à Casa Real. Alguns são do rei, efetivamente, outros são de outras personas”, disse, dando a entender que poderia divulgar informações comprometedoras durante o julgamento.

Brigado com Urdangarin por causa do escândalo, Torres assegurou que não fala com o ex-sócio há oito anos, apenas com o seu advogado. “Me pediu que assumisse a maior parcela de responsabilidade em troca de dinheiro e de um cargo de trabalho”, contou.

Acusando os dois por prevaricação, desvio de dinheiro, fraude, delito fiscal, falsificação e lavagem de dinheiro, entre outros crimes, a promotoria pede 19,5 anos de prisão para Urdangarin e de 16,5 anos para Torres.

A princesa Cristina enfrenta um pedido de oito anos de prisão, mas pode acabar escapando do julgamento se seus advogados conseguirem convencer os juízes do caso.

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