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Presidente norte-americana Barack Obama faz discurso durante Concerto pela Esperança no Kennedy Center em Washington | REUTERS/Kevin Lamarque
Presidente norte-americana Barack Obama faz discurso durante Concerto pela Esperança no Kennedy Center em Washington| Foto: REUTERS/Kevin Lamarque

Cerimônias no mundo homenageiam às vítimas

Do Afeganistão a Londres, homenagens foram prestadas neste domingo às cerca de 3.000 vítimas dos atentados de 11 de setembro, em ocasião do 10º aniversário da tragédia, com lideranças ressaltando que a luta contra o terrorismo está longe do fim.

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Obama: 11/9 é o dia em que os EUA se uniram

O presidente Barack Obama declarou que costuma pensar no 11 de setembro de 2001 como o dia em que todos os Estados Unidos se uniram para enfrentar um desastre.

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  • Presidente dos EUA Barack Obama e primeira dama Michelle Obama rezam em campo onde voo 93 da United Airlines caiu, na cidade de Shanksville, na Pensilvânia
  • Famílias visitam fonte em homenagem às vítimas do atentado contra o World Trade Center em Nova York, que neste domingo completa 10 anos

"Nada pode quebrar a vontade" dos americanos quando estão unidos, nem mesmo o terrorismo, afirmou neste domingo o presidente Barack Obama durante um discurso em ocasião do décimo aniversário dos atentados de 11 de setembro.

"Por décadas, os americanos visitarão os monumentos em memória daqueles que morreram no dia 11 de setembro. Eles deslizarão seus dedos sobre os locais onde os nomes daqueles que nós amamos estão gravados no mármore e na pedra, e se surpreenderão com as vidas que eles viveram", declarou Obama ao final de um dia em que visitou os três locais dos ataques de 2001, em Nova York, na Pensilvânia (leste) e em Washington.

» Confira as imagens das cerimônias em homenagem às vítimas

» Biden e militares participam na cerimônia no Pentágono

» Obama homenageia vítimas nos 3 cenários dos atentados

» Nova York inaugura memorial no Marco Zero

Infográfico - Fatos minuto a minuto em 11 de setembro

Infográfico - Momentos da história nos últimos 10 anos

"Diante das lápides (do cemitério militar nacional) de Arlington, nos cemitérios tranquilos e nos locais das pequenas cidades nos quatro cantos de nosso país, eles prestarão homenagens àqueles que morreram no Afeganistão e no Iraque. Eles verão os nomes dos desaparecidos nas pontes e nas estátuas, nos jardins e nas escolas", acrescentou o presidente.

"E eles saberão que nada pode quebrar a vontade dos Estados Unidos quando eles estão realmente unidos. Eles se lembrarão de que nós vencemos a escravidão e a Guerra da Secessão, as filas do pão e o fascismo, as recessões e as revoltas, o comunismo e, sim, o terrorismo", lançou Obama durante um "concerto pela esperança" no Kennedy Center de Washington.

"Eles se lembrarão do fato de que nós não somos perfeitos, mas que nossa democracia é sólida, e que a democracia, que reflete a imperfeição do homem, nos dá também a oportunidade de reforçar nossa união", ressaltou Obama.

"É por isso que nós homenageamos nestes dias de memória nacional, esses aspectos da experiência americana que são duradouros, e (nossa) determinação em progredir como um só povo", disse, assegurando também que "estes dez últimos anos mostraram que os Estados Unidos não cedem ao medo".

Depois do 11 de Setembro, "muitas coisas mudaram para os americanos", reconheceu: "nós enfrentamos a guerra e a recessão, debates apaixonados e divisões no plano político".

"Mas hoje, é importante nos lembrarmos do que não mudou. Nosso caráter nacional não mudou. Nossa fé, em Deus e nos outros, não mudou", assegurou Obama.

"Nossa fé nos Estados Unidos, nascidos de um ideal atemporal segundo o qual os homens e as mulheres deveriam se governar por si mesmos, que todas as pessoas são criadas iguais, e merecem a mesma liberdade de determinar seu próprio destino, esta fé foi apenas reforçada pelos desafios", disse.

Neste domingo, Obama se deslocou sucessivamente para Nova York, para uma cerimônia no local das torres gêmeas do World Trade Center, para Shanksville na Pensilvânia, local onde caiu o voo 93 da United Airlines cujos ocupantes resistiram aos sequestradores, e para o Pentágono, próximo a Washington, que foi atingido por um dos quatro aviões tomados por homens da Al-Qaeda.

"Estes dez últimos anos contam uma história de superação. O Pentágono foi reconstruído e ficou repleto de patriotas trabalhando com o mesmo objetivo. Shanksville é o cenário da amizade entre os moradores desta cidade e as famílias daqueles que perderam entes queridos. Nova York continua sendo uma capital das artes e da indústria, da moda e do comércio", ressaltou Obama em um discurso de doze minutos que as pessoas presentes no Kennedy Center aplaudiram de pé.

Obama também repetiu o que já tinha assegurado então seu antecessor, George W. Bush, e que foi uma máxima de seu mandato: "Os Estados Unidos nunca estarão em guerra contra o Islã nem contra nenhuma outra religião".

E concluiu seu discurso como tinha começado o dia, no qual suas únicas outras palavras em público foram uma citação bíblica, o Salmo 46, na cerimônia de homenagem no Marco Zero em Nova York.

Obama homenageia vítimas nos 3 cenários dos atentados

Discreto e com um silêncio público que só rompeu para pronunciar um salmo bíblico no Marco Zero, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, percorreu neste domingo cada um dos cenários do 11/9 para prestar homenagem às vítimas dos atentados.

Ao completar 10 anos do pior ataque terrorista sofrido pelos EUA, Obama quis deixar todo o protagonismo aos parentes das cerca de 3 mil vítimas da tragédia.

Em Nova York, acompanhado de sua esposa, Michelle, e de seu antecessor no cargo, George W. Bush, e a ex-primeira-dama Laura Bush, Obama guardou um solene minuto de silêncio, junto a todos os presentes, no parque construído no Marco Zero e que foi inaugurado oficialmente neste domingo.

Era a primeira vez que coincidiam os dois presidentes após uma aparição conjunta no jardim da Casa Branca em janeiro de 2010, após o terremoto do Haiti.

Vestido de preto, da mesma forma que a primeira-dama, o presidente leu solenemente o Salmo 46 da Bíblia, escolhido, segundo a Casa Branca, por ser especialmente apropriado para o momento. "Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia. Pelo que não temeremos, ainda que a terra se mude, e ainda que os montes se projetem para o meio dos mares", disse Obama.

O presidente já tinha utilizado essa citação na cerimônia de outra tragédia este ano, o tiroteio em Tucson que feriu a congressista Gabrielle Giffords e que matou outras seis pessoas, entre elas a menina Christine Taylor Green, nascida precisamente em 11 de setembro de 2001.

Com o semblante sério, o líder americano continuou recitando o salmo: "Bramam nações, reinos se abalam; ele levanta a sua voz, e a terra se derrete. O Senhor dos exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio".

A continuação, o presidente percorreu as fontes onde foram gravadas em bronze as identidades de que morreram ali, tocando em algumas ocasiões em alguns dos nomes.

Segundo declarou o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, Obama estava muito "impressionado" pela cerimônia em Nova York e ficou comovido com a leitura dos nomes das vítimas por parte de seus parentes, especialmente no caso das crianças.

Do total, 48% dos cerca de 3 mil mortos nos atentados deixou filhos menores de 18 anos, segundo informaram os jornais americanos.

A parada seguinte foi Shanksville, na Pensilvânia, onde prestou homenagem com uma coroa de flores às 40 vítimas do voo 93, o quarto avião sequestrado pelos terroristas da Al-Qaeda.

Obama e sua esposa, Michelle, ambos vestidos de preto, percorreram brevemente o monumento, ainda a ser concluído, construído no terreno onde o avião caiu, antes de deixar frente a ele uma coroa de rosas brancas. O casal aguardou em silêncio durante alguns segundos, antes de deixar o local entre os aplausos do público e gritos de "EUA, EUA".

Nem o presidente nem sua esposa fizeram nenhuma declaração pública no breve ato, após o qual procederam a conversar com alguns dos familiares presentes na cerimônia.

O voo UA93 foi o único dos quatro sequestrados que não chegou ao destino planejado pelos terroristas, supostamente o Capitólio em Washington.

Os passageiros, que conheciam o que tinha ocorrido poucos minutos antes em Nova York, optaram por atacar a cabine do piloto onde estavam os terroristas e sacrificar-se para evitar um desastre maior.

Na terceira parada, no Pentágono, também não houve discurso por parte do presidente e da primeira-dama. Ali, exatamente às 10h37 (horário de Brasília) a delegação prestou uma homenagem com um minuto de silêncio com a presença do vice-presidente, Joe Biden, e o secretário de Defesa, Leon Panetta, onde 184 morreram no edifício.

O discurso público de Obama está previsto para esta noite, às 21h (horário de Brasília), na apresentação do Centro Cultural Kennedy de Washington o "Concerto para a Esperança".

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Biden e militares participam na cerimônia no Pentágono

Líderes políticos e militares prestaram neste domingo sua solene homenagem às vítimas do ataque contra o Pentágono em 11 de setembro de 2001.

"Vidas tiveram fim neste lugar. Sonhos foram arrasados. Futuros foram instantaneamente alterados. Esperanças foram tragicamente arruinadas", declarou o almirante Mike Mullen, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas americanas, durante a cerimônia.

Mullen, ao lado do vice-presidente Joe Biden e do secretário da Defesa, Leon Panetta, disse ainda que o ataque ao Pentágono inspirou uma geração a se juntar às forças armadas do país para combater contra os agressores da rede Al-Qaeda.

A cerimônia, que contou com um coro da marinha entoando o hino "Amazing Grace", começou no exato momento em que o voo 77 da American Airlines, um Boeing 757, se chocou contra a ala oeste do Pentágono, que desabou causando a morte de 54 pessoas a bordo da aeronave e 125 pessoas que trabalhavam no prédio atingido. No choque, também morreram os cinco sequestradores do avião.

A cerimônia aconteceu no dia seguinte em que 50 soldados americanos ficaram feridos num ataque contra um posto da Otan no Afeganistão, o que levou Joe Biden a declarar que "isso nos lembra que essa guerra continua".

Biden destacou ainda a "geração 11/0", que se alistou para servir a seu país na luta contra a Al-Qaeda e seu líder, Osama bin Laden.

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Nova York inaugura memorial no Marco Zero

Como há 10 anos, o céu estava muito azul sobre Manhattan, enquanto Obama se dirigia a seu lugar na tribuna e um coro entoava as estrofes do hino nacional americano.

Pouco depois, às 08H46 locais, Nova York observou um minuto de silêncio, para marcar o momento exato quando, há 10 anos, o primeiro dos dois aviões sequestrados atingiu uma das torres do World Trade Center, começando os ataques do 11 de Setembro.

Logo em seguida, perto do local, atualmente em plena reconstrução, foi iniciada a leitura, por familiares, do nome das 2.983 vítimas dos atentados, em Nova York, Washington e Shanksville, um a um.

"Deus é nosso refúgio e nossa força, uma ajuda muito presente nas dificuldades", havia dito, antes, o presidente Obama, durante uma breve introdução, citando um salmo.

Um novo momento de silêncio foi respeitado às 9H03 (10H03 GMT), hora do segundo ataque.

Uma imensa bandeira foi hasteada no local e outra ao longo da torre 1WTC em construção.

Laura Bush, a ex-primeira dama americana, chorou durante a leitura dos nomes dos mortos.

As famílias conheceram pela primeira vez o memorial do 11 de Setembro, um espaço paisagístico de três hectares construído no local das torres gêmeas do World Trade Center.

Imensas fontes com cascatas internas têm gravados os nomes das vítimas.

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