Milhares de pessoas ocupam a Praça de São Pedro, no Vaticano, numa mostra de como estará o local no próximo domingo, quando acontece a canonização| Foto: Denise Drechsel/Gazeta do Povo

Filas

Altar com o corpo de João Paulo II é o local mais concorrido

O lugar mais disputado dentro da Basílica de São Pedro é o altar em que está o corpo do papa João Paulo II, ao lado esquerdo da Pietà. Ontem, os peregrinos esperaram não mais de duas horas para chegar até ele, mas, no domingo, depois da celebração, a expectativa é de que seja quase impossível visitar o sepulcro, quando a inscrição beatus será trocada para sanctus.

"Resolvemos não esperar pelo domingo e vir hoje mesmo ver o túmulo de João Paulo II, ainda que fiquemos com a foto dele como beato", brincou a professora paulista Célia Magali Ribeiro Peres, de 39 anos. "Estamos felizes em estar aqui e isso basta", finalizou.

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Plano

A prefeitura de Roma elaborou um plano especial para dar conta do contingente que começa a chegar à cidade para acompanhar a canonização. O trabalho está sendo feito em parceria com agentes de segurança, empresas, postos de saúde e voluntários. Na segurança, por exemplo, 6,4 mil agentes estarão nas ruas.

Papa Francisco sorri para o público na audiência de ontem

A tradicional audiência semanal com o papa Francisco, ocorrida ontem no Vaticano, foi uma pequena amostra da multidão que estará na Praça de São Pedro no próximo domingo. Fiéis fazem fila para ver as tumbas dos novos santos.

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Com a presença prevista de 7 milhões de pessoas nas canonizações dos papas João Paulo II e João XXIII, no próximo domingo, peregrinos que foram à cidade planejam dormir nas ruas próximas ao Vaticano para conseguir um bom lugar para assistir à celebração. Vários grupos, inclusive de brasileiros, já se organizaram para passar o sábado na Via della Conciliazione, rua que dá para a Praça de São Pedro, e permanecer ali até o dia seguinte.

"Se não fizermos isso, não teremos chance de acompanhar de perto a missa", diz o microempresário Edimilson da Silva Gomes, carioca de 32 anos. "Se até o rio [Tevere] cabem apenas 200 mil pessoas, nem consigo imaginar onde vai ficar o resto", conta.

A audiência do papa Francisco, que esteve especialmente cheia ontem, animou algumas pessoas ainda relutantes a seguir esse plano, como o casal Fátima Camargo e Petrônio Leite, de Minas Gerais, que fizeram a viagem para comemorar o aniversário de 36 anos de casados. "Não temos medo da multidão e vamos enfrentar a calçada", garantem.

Fuga

Alguns turistas brasileiros foram pegos de surpresa pela quantidade de gente. "Tinha programado essa viagem há muito tempo e só agora percebi que Roma estaria essa loucura com a canonização", disse a mineira Valéria Rubio, de 47 anos. "Vamos sair de Roma no sábado, ainda que tenha muito carinho pelos novos santos", completou.

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Outros turistas, como Jun-Ye Lin, designer de Taiwan, e Fátima Tanveer, do Paquistão, não católicas, nem sabiam o motivo pelo qual havia tanta confusão. Mesmo assim, entraram no clima "católico" e ficaram até o fim da fila para conhecer os sepulcros dos dois papas. "Dizem que foram homens importantes, não é verdade?", perguntou Jun.

Bento XVI vai participar da cerimônia

Efe

O papa emérito Bento XVI participará da cerimônia de canonização de seus antecessores João Paulo II e João XXIII no próximo domingo, na Praça de São Pedro, no Vaticano.

A confirmação foi feita ontem pelo presidente da Obra Romana de Peregrinação, Li­­berio Andreatta. "Roma viverá um evento histórico: dois papas vivos e dois papas santos. Imagino que emoção sentirão Bento XVI e Francisco", disse Andreatta, diretor do Vicariato de Roma que organiza peregrinações aos principais lugares de culto e também está se ocupando da cerimônia do próximo domingo.

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O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, disse que a presença de Bento XVI não era garantida, já que tudo dependeria do que o papa emérito decidisse.

No entanto, Andreatta confirmou sua presença durante uma entrevista coletiva organizada pelo Vaticano para apresentar os detalhes logísticos do evento. Bento XVI renunciou ao cargo em março de 2013.