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O governo da África do Sul afirmou hoje (12) que cometeu um erro ao selecionar o intérprete da linguagem de sinais que traduziu os discursos na cerimônia religiosa em memória ao ex-presidente Nelson Mandela, na última terça.

Segundo a vice-ministra das Mulheres, Crianças e Deficientes, Hendrietta Bogopane-Zulu, o governo investiga por que o tradutor foi credenciado pelos organizadores e afirmou que os representantes da empresa que forneceu o serviço desapareceram após a cerimônia.

"Nós tentamos entrar em contato com eles para conseguir alguma resposta, mas eles sumiram no ar. Eles forneceram esse serviço por muitos anos, mas começaram a nos enganar".

Em entrevista coletiva, ela defendeu o tradutor e afirmou que a dificuldade dele pode ter sido pela variedade de dialetos usados pelos sul-africanos e que, devido a isso, o país não possui uma linguagem de sinais padrão. O intérprete falava o dialeto xhosa, o mesmo de Mandela, apesar de ser fluente em inglês.

A representante do governo também confirmou que ele frequentou uma escola para aprender a linguagem de sinais, embora não seja um tradutor profissional. "Perdeu a concentração. O inglês foi demais para ele", afirmou a ministra. "Se sentiu aflito. Cometeu um erro? Sim".

A ministra nega que tenha colocado as autoridades em risco ao ter selecionado o tradutor e que o governo vai investigar porque foi concedida a autorização. Ela pediu desculpas aos deficientes auditivos, mas afirma que não há razão para o país se sentir envergonhado.

Em entrevista ao jornal sul-africano "The Star", Thamsanqa Jantjie disse que sofre de esquizofrenia e que ouviu alucinações durante a cerimônia. "Eu estava sozinho numa situação muito perigosa. Tentei me controlar e não revelar ao mundo a situação pela qual eu passava. Sinto muito, foi a situação em que me encontrei".

O Instituto de Tradutores da África do Sul afirmou que não é a primeira vez que há reclamações sobre o trabalho de Jantjie. Diversos deficientes auditivos tiveram dificuldades de compreender a interpretação dos discursos feita durante a conferência do Congresso Nacional Africano, no ano passado.

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