A fragilidade da saúde de Bento XVI chamou a atenção de seu biógrafo Peter Seewald em um encontro meses antes do anúncio da renúncia do Pontífice. Em artigo publicado nesta segunda-feira (18) no diário "Corriere Della Sera", o escritor disse o líder católico estava tão magro que os costureiros tinham dificuldade de ajustar suas roupas. A audição do Papa já não era a mesma, e ele não enxergava mais com o olho esquerdo, conta o jornalista.

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Quando Seewald perguntou se o pontificado de Joseph Ratzinger era o fim do velho ou significava o início do novo, o Papa deu um sinal de sua possível abdicação, respondendo "Ambos".

"Sua audição havia deteriorado. Ele não podia mais enxergar com o olho esquerdo. Seu corpo havia emagrecido tanto que os costureiros tinham dificuldades para ajustar suas roupas. Eu nunca tinha visto ele assim, com uma aparência tão exausta, tão desgastado", contou. "Você é o fim do velho ou o começo o novo? Eu perguntei ao Papa em nossa última reunião. Sua resposta foi: 'Ambos'."

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Seewald, ex-editor do semanário "Der Spiegel", da Bavaria, acompanhou o pontificado de Bento XVI de perto, publicando em 2010 uma biografia chamada "Luz do mundo". Em seu último encontro com o Papa, ele perguntou o que as pessoas ainda poderiam esperar da liderança de Bento XVI. Com aspecto cansado o Pontífice respondeu: "De mim, não muito. Eu sou um homem velho e já perdi minha força. Acho que já fiz o bastante".

O biógrafo também negou que o escândalo do "VatiLeaks" tenha sido a razão para a abdicação e que o Papa meramente comentou que não havia entendido a decisão de seu ex-mordomo, Paolo Gabriele, de vazar informações do Vaticano.

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