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Chefes de Estado e representantes de 132 países assistem à missa de Francisco

Chefes de Estado e representantes de 132 países assistiram à missa solene de início de pontificado do papa Francisco, o primeiro pontífice jesuíta e latino-americano.

Entre os presentes estão vários líderes dessa região, como as presidentes do Brasil, Dilma Rousseff, e da Argentina, Cristina Kirchner, além dos mandatários de Chile, Sebastián Piñera; Paraguai, Federico Franco; Equador, Rafael Correa; e México, Enrique Peña Nieto, entre outros.

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Francisco disse nesta terça-feira (19), durante a missa de inauguração de seu pontificado, que o poder do papa é constituído para servir aos outros, "especialmente aos mais pobres, aos mais frágeis, aos menores, ao faminto, ao sedento, ao forasteiro, ao desnudo, ao doente e ao preso".

"Certamente, Jesus Cristo deu um poder a Pedro, mas de que poder se trata? Nunca esqueçamos que o verdadeiro poder é servir, e que também o papa, para exercer este poder, deve entrar cada vez mais nesse serviço que tem seu auge luminoso na cruz. Deve pôr seus olhos no serviço humilde, concreto, rico de fé", afirmou ele em sua homilia.

Assista à missa inaugural do pontificado

Veja fotos da procissão e da celebração

Baixe, do site do Vaticano, o livreto da celebração (em italiano)

O jesuíta acrescentou que o papa deve abrir os braços para guardar todo o povo de Deus e acolher com afeto e ternura toda a humanidade, "especialmente os mais pobres, os mais fracos, os menores. Estes aos quais Mateus descreve no juízo final sobre a caridade: ao faminto, ao sedento, ao forasteiro, ao desnudo, ao doente, ao prisioneiro".

O Bispo de Roma também pediu aos responsáveis políticos e sociais que sejam zelosos da criação e guardiães do meio ambiente.

"Gostaria de pedir, por favor, a todos os que ocupam postos de responsabilidade no âmbito econômico, político ou social, a todos os homens e mulheres de boa vontade: sejamos zelosos da criação, do desígnio de Deus inscrito na natureza, guardiães do outro, do meio ambiente, não deixemos que os sinais de destruição e de morte acompanhem o caminho deste nosso mundo", afirmou na homilia.

O papa frisou que para custodiar os homens também precisam cuidar deles próprios. "Lembremos que o ódio, a inveja e a soberba sujam a vida. Custodiar quer dizer então vigiar sobre nossos sentimentos, nosso coração, porque aí é de onde saem as intenções boas e más: as que constroem e as que destroem. Não devemos ter medo da bondade, nem da ternura", disse Francisco.

O papa afirmou que a vocação de zelar não só corresponde aos cristãos, mas corresponde a todos, "é zelar por toda a criação, a beleza da criação, como se diz no livro do Gênesis e como nos mostra São Francisco de Assis: é ter respeito por todas as criaturas de Deus e pelo entorno no qual vivemos".

"É custodiar o povo, preocupar-se por todos, por cada um, com amor, especialmente pelas crianças, os idosos, que são mais frágeis e que frequentemente ficam na periferia de nosso coração", destacou.

O papa assegurou que quando o homem falha nessa responsabilidade, "quando não nos preocupamos pela criação e pelos irmãos, então ganha terreno a destruição e o coração fica árido".

"Infelizmente, em todas as épocas da história existem Herodes que tramam planos de morte, destroem e desfiguram o rosto do homem e da mulher", manifestou.

O papa pediu ainda aos fiéis que não tenham medo da bondade, da ternura, que "não é a virtude dos fracos mas o contrário, denota fortaleza de ânimo e capacidade de atenção, de compaixão, de amor".

Após a celebração da missa solene, o papa cumprimentou os chefes de Estado, governo e representantes de outras religiões, que vieram ao Vaticano para acompanhar o evento.

Missa começa com reza no túmulo de Pedro

A solene missa começou no interior da Basílica de São Pedro, onde o novo pontífice entrou para rezar perante o túmulo do fundador da Igreja Católica.

Francisco desceu à cripta da Basílica de São Pedro para rezar junto com os patriarcas e os arcebispos maiores das igrejas católicas orientais presentes à missa.

O novo pontífice se ajoelhou perante o túmulo e orou por alguns minutos, antes de espalhar o incenso.

Dois diáconos levaram ao túmulo de São Pedro o pálio e o anel do Pescador, símbolos do poder pontifício, que serão levados à praça.

Enquanto isso, os cardeais esperaram ao redor do Altar da Confissão, no centro da Basílica de São Pedro, sob o qual se encontra o túmulo de Pedro.

Após a oração, o papa, os patriarcas e arcebispos maiores das igrejas orientais e os cardeais saíram em procissão até o altar da Praça de São Pedro.

Já no lado externo da basílica, o cardeal protodiácono Jean-Louis Tauran colocou no papa Francisco o pálio, antiga insígnia episcopal, e o cardeal decano Angelo Sodano fez o mesmo com o anel do Pescador, com o que começa oficialmente o pontificado do argentino Jorge Mario Bergoglio, de 76 anos.

O pálio é uma estola confeccionada com lã de cordeiro que simboliza o pastor que cuida das suas ovelhas. Ele mede 2,60 metros de comprimento e 11 centímetros de largura.

Sobre o pálio foram colocadas cinco cruzes vermelhas, que lembram as cinco chagas de Cristo, com alfinetes, simbolizando os cravos da cruz. Por fim, o tecido tem detalhes negros, lembrando a pata do cordeiro.

O anel do Pescador, em prata dourada, leva uma imagem de Pedro com as chaves e jogando as redes para pescar. Francisco o usará até sua morte ou renúncia, quando o camerlengo irá retirá-lo antes de amassar ou anular a fim de que ninguém possa usá-lo e também para simbolizar o final do pontificado.

Depois aconteceu o rito da obediência. Seis cardeais - dois da ordem dos bispos, dois da dos presbíteros e dois da dos diáconos - em nome dos 207 que formam o Colégio Cardinalício - demonstraram obediência ao novo papa.

Trata-se dos purpurados Giovanni Battista Re e Tarcisio Bertone, pela ordem dos bispos; Joachim Meisner e Ricardo Vidal, pela dos presbíteros; e Renato Martino e Francesco Marchisano, pela dos diáconos.

A missa, no dia de São José, padroeiro da Igreja, é oficiada pelo papa Francisco e concelebrada por todos os cardeais.

As leituras são feitas em inglês e espanhol, o Evangelho, em grego, e a comunhão será dividida por 500 sacerdotes. Francisco pronunciará a homilia em italiano e não dividirá a comunhão.

No final da cerimônia se cantará um Te Deum de ação de graças e não haverá Ângelus.

Procissão pela praça

Antes da celebração, o papa Francisco chegou à Praça de São Pedro no "papamóvel" descoberto para percorrer o local e saudar os fiéis.

Milhares lotam a praça e as ruas adjacentes para assistir à solene missa.

O papa chegou à praça por volta das 8h45 locais (4h45 de Brasília) e percorreu o local no papamóvel.

Assistirão à cerimônia delegações de 132 países e líderes religiosos de todo o mundo. Entre os mandatários presentes no Vaticano está a presidente Dilma Rousseff.

A missa de inauguração do pontificado também terá a presença do patriarca ecumênico de Constantinopla, o ortodoxo Bartolomeu; do metropolita (arcebispo) Hilarion, da Igreja Ortodoxa Russa; e de representantes budistas, sikh, hindus e vários membros de outras igrejas ortodoxas.

Também marcarão presença representantes da Comunhão Anglicana, da Federação Luterana Mundial, da Aliança Mundial Evangélica, entre outros.

Nos arredores da esplanada vaticana foi desdobrado um intenso dispositivo policial, com membros da Polícia, da Guarda Fiscal e da Florestal, enquanto o trânsito de veículos foi interrompido em toda a região.

O espaço aéreo de Roma está fechado desde a 5 horas de Roma (1 hora de Brasília) e essa restrição irá até as 12 horas locais. Por fim, a Polícia Fluvial percorre o Rio Tibre, próximo ao Vaticano.

Assista à missa solene:

Missa de inauguração do pontificado

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