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"José é o guardião porque sabe ouvir a Deus, deixa-se guiar pela sua vontade e, por isso mesmo, se mostra ainda mais sensível com as pessoas que lhe estão confiadas. Nele, queridos amigos, vemos como se responde à vocação de Deus: com disponibilidade e prontidão; mas vemos também qual é o centro da vocação cristã: Cristo. Guardemos Cristo na nossa vida, para guardar os outros, para guardar a criação!"

Papa Francisco.

"Guardar a criação inteira, como nos diz Gênese e nos mostrou São Francisco de Assis: é ter respeito por toda criatura de Deus e pelo ambiente em que vivemos. Sejam guardiões das dádivas de Deus."

Papa Francisco.

O papa Francisco fez ontem, na homilia da missa de inauguração de seu pontificado, um apelo aos cristãos e a todas as pessoas que ocupam cargos de responsabilidade em âmbito econômico, político e social, para que cuidem dos bens da natureza, do meio ambiente e de todos os seus irmãos, especialmente os mais pobres. "Não devemos ter medo da bondade nem da ternura", advertiu o papa, ao recomendar vigilância sobre os sentimentos e o coração, "porque é dele que saem as boas intenções e as más, aquelas que edificam e as que destroem".

Francisco falou durante 15 minutos, lendo um texto em italiano, diante de representantes de 132 países e instituições mundiais – incluindo 6 monarcas, 44 chefes de Estado, 3 príncipes herdeiros e 12 chefes de governo. Ao convidar essa audiência seleta e cerca de 200 mil pessoas que enchiam a Praça de São Pedro e ruas vizinhas, numa manhã ensolarada e temperatura de 10 graus, Francisco incluiu-se entre aqueles que devem se comprometer a proteger a humanidade e a criação, com particular atenção aos pobres. "Eis um serviço que o bispo de Roma [ele, como papa] está chamado a cumprir, mas para o qual todos nós estamos chamados, fazendo resplandecer a estrela da esperança", enfatizou.

O exemplo a seguir é São José, santo de sua devoção, cuja festa se comemora em 19 de março. Francisco comentou o trecho do Evangelho que narra como Deus escolheu José para proteger Maria e seu filho Jesus. A missa durou uma hora e 20 minutos, rigorosamente dentro do ritual previsto. O papa argentino agiu com espontaneidade e demonstrou segurança.

SímboloCardeal Angelo Sodano entrega o anel de pescador para o papa

Agência Estado

A celebração começou com uma oração de Francisco no túmulo do apóstolo Pedro – considerado o primeiro papa –, situado abaixo do altar central da Basílica de São Pedro. O cardeal Angelo Sodano, o decano do Colégio Cardinalício, entregou o anel de pescador ao papa, símbolo do poder do pontífice que terá de carregar até a sua morte ou renúncia, e depois será inutilizado como ocorreu com Bento XVI.

Já o pálio papal foi recebido pelo cardeal prodiácono Jean-Louis Tauran, o mesmo que anunciou o "habemus papam". Feito de lã de ovelha e cordeiro, o pálio representa a dedicação do pastor. Após receber os trajes papais, seis cardeais prestaram o juramento simbólico do ato de obediência ao novo pontífice em nome dos 207 religiosos que formam o Colégio Cardinalício.

Antes da missa inaugural, o Papa Francisco ligou para a catedral de Buenos Aires e deixou uma mensagem para os fiéis: "Não se esqueçam deste arcebispo que está longe e que gosta muito de vocês". O pontífice pediu, em tom de brincadeira: "Não arranquem o couro dele".

Milhares de argentinos acompanharam a entronização na histórica Praça de Maio, onde foi instalado um enorme telão. Em alguns edifícios de Buenos Aires, foram colocadas bandeiras papais.

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