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Disputa territorial

Cristina Kirchner pede intervenção de Francisco na crise das Malvinas

Agência Estado e EFE

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, pediu ontem a intervenção do papa Francisco na crise diplomática em torno das Ilhas Malvinas, hoje em mãos da Grã-Bretanha. A solicitação foi feita em audiência privada realizada no Vaticano, a primeira de um chefe de Estado ao novo pontífice. O encontro ocorreu no final da manhã e marcou a aproximação entre os dois argentinos, que mantinham uma relação tensa quando Jorge Bergoglio era arcebispo de Buenos Aires.

No encontro, parte filmado por um cinegrafista, as duas personalidades foram mostradas em momentos de sorrisos e confraternização. A presidente presenteou com cuias de mate o papa, que demonstrou satisfação com o presente. Depois, os dois almoçaram juntos no Vaticano, mas não fizeram nenhuma declaração conjunta à imprensa.

O único pronunciamento foi feito três horas mais tarde, por Cristina. No hotel onde está hospedada, em Roma, ela fez uma declaração de 20 minutos em que narrou o encontro e se disse satisfeita pela escolha de Bergoglio. Ao fim, revelou ter solicitado a intervenção do papa no impasse com a Grã-Bretanha em torno das Ilhas Malvinas.

Pesquisa

Sete em cada dez argentinos consideram que a escolha de Bergoglio como papa terá um efeito "positivo" em seu país e dois em cada dez acreditam que a eleição também impactará no governo de Cristina Kirchner. É o que revelam pesquisas realizadas pela Management & Fit, publicada pelo jornal Clarín, e pela consultoria Ibarómetro, cujos resultados foram publicados pelo diário Página 12.

Símbolos

Pontífice reaproveita brasão de arcebispo e escolhe anel de prata

Folhapress

O papa Francisco decidiu adotar como brasão do seu pontificado uma adaptação do que usava como arcebispo de Buenos Aires. O lema também é o mesmo: "Miserando atque eligendo" (com misericórdia o chamou).

Segundo o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, o trecho marcou a vida de Jorge Mario Bergoglio. Aos 17 anos, o argentino sentiu "a presença amorosa de Deus em sua vida". Pouco depois, decidiu entrar na ordem jesuítica.

Com linhas simples, o escudo tem o símbolo da ordem dos jesuítas, à qual pertence, a estrela da Virgem Maria e uma flor que representa São José, patrono da igreja.

Francisco também já escolheu seu anel de papa, que receberá na missa de hoje. Seguindo os gestos de austeridade, optou por um de prata em vez de ouro, como ocorria com a maioria dos antecessores.

Folheado em dourado, o anel foi inicialmente desenhado para o papa Paulo VI (1963-78), e traz a imagem de São Pedro.

Delegações de mais de 130 países estarão presentes à missa solene que marcará hoje o início do pontificado de Francisco, que ontem teve um encontro cordial com a presidente da Argentina, Cristina Kirchner.

O Vaticano se prepara para a celebração dos festejos a São José com a chegada de mais de 30 chefes de Estado, além de representantes de outras nações, confissões e personalidades.

Por se tratar do primeiro papa latino-americano da história, haverá uma grande presença de líderes da região. Além de Cristina Kirchner, estarão presentes a presidente brasileira, Dilma Rousseff, o mexicano, Enrique Peña Nieto, e o chileno, Sebastián Piñera, entre outras importantes de governos latino-americanos.

Antes da cerimônia, o papa passeará a bordo do papamóvel pela Praça de São Pedro para saudar dezenas de milhares de fiéis esperados para a missa.

A cerimônia propriamente dita, no entanto, terá início com Francisco e os patriarcas católicos do oriente rezando perante a tumba do apóstolo Pedro, situada sob o altar-mor da Basílica de São Pedro.

A seguir, eles sairão em procissão pela praça. Francisco receberá então o Anel do Pescador, símbolo do papado que levará no dedo anelar da mão direita. Também será depositado sobre os ombros do novo pontífice o pálio branco com cinco cruzes vermelhas feito de lã de carneiro.

Finalizado o ritual, Francisco estará oficialmente entronizado como o 266.º papa da Igreja Católica e dará início à celebração litúrgica.

Pedido

A presidente Cristina Kirchner pediu ontem ao papa Francisco que a ajude na longa disputa entre Argentina e Reino Unido a respeito das Ilhas Malvinas, chamadas de Falklands pelos britânicos.

Cristina reuniu-se com o pontífice ontem e, depois do encontro, disse a jornalistas que pediu sua intercessão para "facilitar o diálogo" sobre o arquipélago, do qual os britânicos expulsaram os argentinos em 1833. Não se sabe como o papa respondeu ao pedido de Cristina.

Para Dilma, papa precisa compreender as opções diferenciadas

Agência O Globo

A presidente brasileira, Dilma Rousseff, disse ontem que o papa Francisco não deve ficar somente na defesa dos pobres, mas deve respeitar as opções de cada um. Em encontro com o imprensa, ela acrescentou que o pontífice tem "uma missão a cumprir" e mostrou estar contente pela escolha de um chefe da Igreja Católica que seja latino-americano.

"É uma postura importante [a Igreja para os pobres]. É claro que o mundo pede hoje, além disso, que as pessoas sejam compreendidas e que as opções diferenciadas sejam entendidas", disse à imprensa, após uma visita à exposição do pintor italiano Tiziano, na Scuderie Quirinale.

Sobre uma reforma maior na defesa de temas polêmicos da Santa Sé, Dilma não acredita que o novo papa poderá mudar a Igreja em questões morais, como o aborto ou o casamento homossexual. E destacou a importância de um papa argentino. "Em qualquer hipótese, um papa latino-americano é uma honra para a América Latina. Acho que é uma afirmação da região", disse.

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