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Governo

Em Roma, Dilma terá encontro privado com o novo pontífice

Folhapress

A presidente Dilma Rousseff terá um encontro privado com o papa Francisco durante sua ida a Roma, na próxima semana. A comitiva presidencial deve viajar neste domingo para participar da missa que vai inaugurar o pontificado do papa Francisco, na próxima terça-feira.

Segundo o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, o Vaticano disse que o pontífice fez questão de ter "um momento" com Dilma.

"O formato [do encontro] ainda não sei exatamente, mas é um momento em que ela terá a possibilidade de saudá-lo em nome do povo brasileiro, pessoalmente, e naturalmente renovar o convite", disse Carvalho, em referência à Jornada Mundial da Juventude, que acontece em julho no Rio.

O convite, disse o ministro, foi feito por Dom Giovanni D’Aniello, atual núncio apostólico no Brasil. Carvalho disse ainda que a programação do papa no Rio pode ser alterada com a troca de comando da Igreja Católica.

Dilma disse ontem que vai a Roma como presidente e não como pessoa.

"Acredito que será importante eu ir enquanto presidente. Não estou falando enquanto pessoa. Eu fui criada na Igreja Católica, mas eu estou representando enquanto presidente essa população católica do nosso país", lembrando que o Brasil é um "país que tem população católica muito expressiva".

O Vaticano disse ontem que são infundadas as informações de que Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, tenha colaborado com a ditadura militar argentina (1976-83). O porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi, afirmou que o novo pontífice é vítima de uma campanha "caluniosa e difamatória" movida contra a Igreja Católica em seu país de origem.

Ele disse que a acusação de que Francisco teria sido negligente com o sequestro de dois jesuítas ligados à esquerda, feita há alguns anos e relembrada depois do conclave, deve ser "rechaçada de maneira contundente".

"A campanha contra Bergoglio é muito conhecida e data de muitos anos atrás. É feita por uma publicação que é caracterizada por promover campanhas caluniosas e difamatórias", afirmou.

Lombardi disse que o novo papa jamais foi alvo de uma acusação formal de colaborar com a ditadura, embora tenha prestado depoimento em juízo sobre o sequestro dos dois jesuítas.

"Nunca houve uma acusação concreta ou confiável contra ele. A Justiça argentina interrogou-o uma vez, mas como pessoa informada sobre os fatos, mas nunca o acusou de nada", afirmou.

Sem citar nomes, ele culpou "elementos da esquerda anticlerical" pelas acusações e disse que o papa deu apoio a vítimas dos militares.

"Há numerosas declarações que demonstram tudo o que Bergoglio fez para proteger muitas pessoas na época da ditadura", disse.

Lombardi acrescentou que o novo pontífice atuou, já como bispo, para que a igreja argentina pedisse perdão "por não ter feito o bastante na época da ditadura". Ele pediu que os jornalistas ouvissem o testemunho dado ontem pelo padre Francisco Jalics, um dos dois jesuítas sequestrados pelos militares, que disse "estar em paz" com Bergoglio.

As acusações têm como base um livro do jornalista argentino Horacio Verbitsky, um ex-guerrilheiro que escreve no jornal Página 12.

Ontem, a Santa Sé divulgou a transcrição de uma ligação feita pelo próprio papa à sede da Cúria jesuíta. Os funcionários ficaram surpresos em ouvir o pontífice, sem o intermédio de assessores.

O Vaticano também confirmou que Bergoglio ligou para o núncio apostólico na Argentina e sugeriu que fiéis e religiosos não viajem para a missa inaugural, na terça.

O papa pediu que o dinheiro que seria gasto com passagens seja doado aos pobres.

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