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A tradicional missa de Quarta-feira de Cinzas mudou de lugar: em vez de numa pequena igreja em Roma, ela será realizada na Basílica de São Pedro, no que deve ser a última missa aberta do Papa Bento XVI. É o começo da despedida, até que ele deixe o cargo no próximo dia 28.

Um dia antes de deixar o Trono de Pedro, Bento XVI terá sua última audiência geral, também numa quarta-feira. Ela será transferida do Salão de Audiências do Vaticano para a Praça São Pedro, que tem capacidade para abrigar centenas de milhares de pessoas. O dia 27 deverá ser, de fato, a última chance de os fiéis verem Bento XVI ainda como chefe da Igreja Católica. Será o último ato de seu Pontificado. Os eventos fazem parte da agenda que o Papa cumprirá até o final, enquanto a Santa Sé começa a organizar sua saída.

"A última audiência geral será no dia 27 de fevereiro. (Será) na Praça São Pedro, porque haverá muita gente", explicou Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano. Nesta Quarta-feira de Cinzas, além da missa ele vai presidir a procissão, a bênção e a imposição de Cinzas - mas não na Igreja de São Anselmo e na Basílica de Santa Sabina.

Após deixar o cargo, Bento XVI irá para a residência de verão, Castelgandolfo, ao sul de Roma. E depois, quando seu sucessor já tiver sido escolhido, deverá se mudar para um convento dentro dos muros do Vaticano, trocando um palácio apostólico do século XVI por uma residência moderna e sóbria. A Santa Sé ressalta que ele não terá mais um papel oficial e descarta a sua influência no processo de sucessão.

"O Papa disse que empregará seu tempo em orações e reflexão, e não terá responsabilidade alguma na liderança da Igreja ou qualquer responsabilidade administrativa ou de governo. Isso está completamente claro", afirmou Lombardi.

O Vaticano informou nesta terça que o Papa usa um marcapasso há dez anos, instalado na época em que ainda era o cardeal Joseph Ratzinger, da Congregação para a Doutrina da Fé. A declaração veio depois de um jornal italiano revelar uma cirurgia há três meses. Ela foi feita para substituir as baterias do aparelho.

"(A troca de baterias) não teve influência na decisão", afirmou Lombardi. O diretor do jornal do Vaticano, "Osservatore Romano", Giovanni Maria Vian, disse que apenas os colaboradores mais próximos sabiam da decisão de Bento XVI e que mantiveram segredo sobre ela.

"Isso mostra que, embora o escândalo (do vazamento de documentos secretos) tenha sido horrível, há na Santa Sé funcionários sérios e confiáveis", afirmou Vian. Segundo ele, ao retornar da viagem ao México e a Cuba, no ano passado, Bento XVI percebeu que "suas forças estavam diminuindo". Foi então que tomou a decisão de renunciar.

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