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O cientista político Nícolas Morínigo, professor da Universidade Católica de Assunção, aposta que o governo de Fernando Lugo vai seguir a linha democrática de Michele Bachelet, do Chile, e de Cristina Kirchner, da Argentina, apesar de ter afinidade com os presidentes Hugo Chávez, da Venezuela, e Evo Morales, da Bolívia.

"Bachelet está em um país com problemas, mas com tradição democrática de partidos constituídos. Diferente da Venezuela", afirma. A simpatia com governos de tendência mais radical não parte apenas de Lugo. No ato de posse, Chávez e Morales foram os presidentes mais aplaudidos por populares que estavam na Praça do Congresso. Hoje, os três presidentes devem visitar o estado de San Pedro, onde Lugo fazia peregrinações quando era bispo.

Quando se trata da relação entre Brasil e Paraguai, que têm em comum a hidrelétrica de Itaipu, o analista avalia que os dois países devem chegar a um bom entendimento. "Creio que as coisas mudaram e a geopolítica brasileira não está tão exclusivista e dominante."

Para o economista brasileiro Wagner Enis, o governo Lugo pretende renegociar as tarifas de Itaipu para compor um fundo social e estabelecer um governo populista. "A grande esperança é conseguir renegociar Itaipu e não ter que aumentar a carga tributaria do país", diz.

Itaipu

Maior hidrelétrica do mundo, Itaipu fornece 20% do total da energia consumida pelo Brasil, e 95% da usada pelo Paraguai. O excedente da energia paraguaia vendida ao Brasil representa cerca de US$ 260 milhões por ano aos cofres paraguaios. O argumento de Lugo é que o país aumentaria a arrecadação para US$ 2 bilhões se fosse estabelecido o preço de mercado. (DP)

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